Festas
à parte, terminado o espetáculo, é hora de fazer um balanço sobre o evento Copa
Ouro de Futsal.
As
emoções e os pontos positivos da decisão não encobrem a necessidade de todos os
que fazem esse grande acontecimento esportivo acontecer pararem para avaliar
todos os pontos, mas, de modo particular, os pontos negativos, que costumam ser
jogados para baixo do tapete.
Essa
foi, talvez, a copa ouro mais difícil de acontecer, tendo sido necessário adiar
sua abertura porque ainda faltavam alguns pontos a serem definidos.
Quando
tudo parecia pronto, alguns dias antes do início, o Trovão Azul chegou a
aventar a possibilidade de não disputar.
Mas,
não foi só esse problema. Houve outros pontos. Todavia, o que mais ameaça a
Copa Ouro de Futsal é o custo cada vez maior da mesma, em função dos gastos
exagerados das equipes, que foram encarecendo suas formações com leilões dos
melhores jogadores.
Faz
mais ou menos uns sete anos que eu adverti, em uma mesa redonda na então Rádio
Tapajoara, que os clubes estavam trabalhando para inviabilizar a Copa Ouro, em
virtude dos leilões que já faziam àquela altura, cobri
ndo a proposta dos adversários.
ndo a proposta dos adversários.
Os
dirigentes tem o direito de gastar o dinheiro do jeito que quiserem, mas, o
dinheiro deles. Acontece que tem dinheiro público em jogo, tanto do município,
quanto do estado. Nesse caso, é preciso dar uma satisfação ao público. Mas, que
tipo de satisfação?
A
Copa Ouro é um grande evento esportivo, que leva o nome de Itaituba bem longe,
de forma positiva. Isso é ponto pacífico e ninguém discute que isso é bom para
o município. Todavia, deveria ter outro tipo de retorno fundamental.
A
Copa Ouro movimenta uma parte importante da economia paralela, de pessoas que
esperam por ela para faturar o que não faturam em outras épocas do ano. São
vendedores de comida, de bebida e outros. Isso é bom, mas, não é tudo. Falta
algo muito importante, a contribuição para o esporte local.
Quando
falo em contribuição para o esporte local, refiro-me diretamente ao futsal. O
que é que a Copa Ouro deixa para o futsal de Itaituba? Nada, absolutamente nada.
A
partir do momento em que passou a ser uma competição na qual só se utilizam
jogadores de fora, com raríssimas exceções, a Copa Ouro deixou de motivar
atletas locais, ou até mesmo de fomentar a realização de competições locais para
o surgimento desses atletas.
A
Copa Ouro perdeu as suas origens. Virou um grande espetáculo, mas, perdeu sua
relação com os atletas do município.
Nessa
última competição foram quase R$ 200 mil de dinheiro público. Logo, todos tem o
direito de dar o seu pitaco, questionando porque não repensar esse evento, para
fazer com que ele possa deixar de ser apenas e tão somente uma competição entre
“estrangeiros”, dando oportunidade aos atletas de Itaituba e da região.
A
Copa Ouro chegou a uma encruzilhada na qual precisa escolher o caminho correto
a seguir para não correr o risco de continuar perdendo o interesse, porque
nessa edição recém finda, foi clara a ausência do público na maioria dos jogos.
Nem
o tão esperado clássico entre Trovão Azul x Hay-Fay conseguiu encher o ginásio.
Então, alguma coisa está precisando ser feita para que o grande interesse que
sempre houve possa ser resgatado.
Essa
não é apenas a minha opinião isolada, pois, ao menos dois dirigentes com os
quais tenho conversado concordam que é preciso sentar para discutir a Copa
Ouro. Esses dois dirigentes acham que urge mudar alguma coisa para as próximas
edições.
Tudo
na vida se exaure, até a gente precisa se reinventar de vez em quando, por
isso, baixada a adrenalina da decisão, é imprescindível que as partes
interessadas em manter em alta esse evento tão importante para Itaituba,
sentem, despidas de vaidades ou rancores para discutir o futuro da Copa Ouro de
Futsal. E não haverá futuro sem retorno prático para o futsal local.
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