domingo, junho 24, 2018

Discutir o futuro da Copa Ouro é urgente

Festas à parte, terminado o espetáculo, é hora de fazer um balanço sobre o evento Copa Ouro de Futsal.

As emoções e os pontos positivos da decisão não encobrem a necessidade de todos os que fazem esse grande acontecimento esportivo acontecer pararem para avaliar todos os pontos, mas, de modo particular, os pontos negativos, que costumam ser jogados para baixo do tapete.

Essa foi, talvez, a copa ouro mais difícil de acontecer, tendo sido necessário adiar sua abertura porque ainda faltavam alguns pontos a serem definidos.

Quando tudo parecia pronto, alguns dias antes do início, o Trovão Azul chegou a aventar a possibilidade de não disputar.

Mas, não foi só esse problema. Houve outros pontos. Todavia, o que mais ameaça a Copa Ouro de Futsal é o custo cada vez maior da mesma, em função dos gastos exagerados das equipes, que foram encarecendo suas formações com leilões dos melhores jogadores.

Faz mais ou menos uns sete anos que eu adverti, em uma mesa redonda na então Rádio Tapajoara, que os clubes estavam trabalhando para inviabilizar a Copa Ouro, em virtude dos leilões que já faziam àquela altura, cobri

ndo a proposta dos adversários.

Os dirigentes tem o direito de gastar o dinheiro do jeito que quiserem, mas, o dinheiro deles. Acontece que tem dinheiro público em jogo, tanto do município, quanto do estado. Nesse caso, é preciso dar uma satisfação ao público. Mas, que tipo de satisfação?

A Copa Ouro é um grande evento esportivo, que leva o nome de Itaituba bem longe, de forma positiva. Isso é ponto pacífico e ninguém discute que isso é bom para o município. Todavia, deveria ter outro tipo de retorno fundamental.

A Copa Ouro movimenta uma parte importante da economia paralela, de pessoas que esperam por ela para faturar o que não faturam em outras épocas do ano. São vendedores de comida, de bebida e outros. Isso é bom, mas, não é tudo. Falta algo muito importante, a contribuição para o esporte local.

Quando falo em contribuição para o esporte local, refiro-me diretamente ao futsal. O que é que a Copa Ouro deixa para o futsal de Itaituba? Nada, absolutamente nada.

A partir do momento em que passou a ser uma competição na qual só se utilizam jogadores de fora, com raríssimas exceções, a Copa Ouro deixou de motivar atletas locais, ou até mesmo de fomentar a realização de competições locais para o surgimento desses atletas.

A Copa Ouro perdeu as suas origens. Virou um grande espetáculo, mas, perdeu sua relação com os atletas do município.

Nessa última competição foram quase R$ 200 mil de dinheiro público. Logo, todos tem o direito de dar o seu pitaco, questionando porque não repensar esse evento, para fazer com que ele possa deixar de ser apenas e tão somente uma competição entre “estrangeiros”, dando oportunidade aos atletas de Itaituba e da região.

A Copa Ouro chegou a uma encruzilhada na qual precisa escolher o caminho correto a seguir para não correr o risco de continuar perdendo o interesse, porque nessa edição recém finda, foi clara a ausência do público na maioria dos jogos.

Nem o tão esperado clássico entre Trovão Azul x Hay-Fay conseguiu encher o ginásio. Então, alguma coisa está precisando ser feita para que o grande interesse que sempre houve possa ser resgatado.

Essa não é apenas a minha opinião isolada, pois, ao menos dois dirigentes com os quais tenho conversado concordam que é preciso sentar para discutir a Copa Ouro. Esses dois dirigentes acham que urge mudar alguma coisa para as próximas edições.

Tudo na vida se exaure, até a gente precisa se reinventar de vez em quando, por isso, baixada a adrenalina da decisão, é imprescindível que as partes interessadas em manter em alta esse evento tão importante para Itaituba, sentem, despidas de vaidades ou rancores para discutir o futuro da Copa Ouro de Futsal. E não haverá futuro sem retorno prático para o futsal local.

Jota Parente

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