A violência que
apavora os paraenses todos os dias, ressoou hoje na Câmara Municipal de
Itaituba através do vereador Peninha, que destacou a situação caótica da
segurança pública do Estado.
Ele
lembrou que o secretário de segurança pública, Luiz Fernandes, disse há poucos
dias, que a situação estava sob controle, quando deveria ter dito que a
situação está totalmente fora de controle.
Em
ano de eleição para um monte de cargos, de deputado estadual a presidente da
República, os ataques contra o governo do Estado ficam mais fortes, pois isso faz
parte do jogo político, sendo um prato cheio para minar a credibilidade de que
está no comando. Isso é fato.
O
governo defende-se como pode, mas, fica evidente o desconforto do governador
Simão Jatene quando trata do assunto, pois não tem um projeto para enfrentar a
situação que certamente vai dominar grande parte dos debates durante a campanha
política que se aproxima.
Sem
ter muito o que dizer, quem defende Jatene e seu governo, afirma que a
violência é um problema nacional, e essa é uma verdade que todo brasileiro conhece.
Entretanto, quem vive no Pará quer saber mesmo é o que o seu governo está
fazendo para tentar dar uma resposta ao crescente número de homicídios que
ocorrem, tanto na zona da capital, que inclui Belém e Ananindeua, cidades onde
a violência tira o sossego das pessoas, quanto no interior do Estado, que é
vítima do mesmo jeito.
Hoje
Peninha citou a matéria de domingo passado, do Fantástico, que fez uma comparação
entre os municípios de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina e Altamira, no Pará, que
já tiveram o mesmo índice de homicídios por 100 mil habitantes.
Altamira
foi destacada como a cidade mais violenta do Brasil.
E
aí deve acender uma luz amarela de quem vive aqui neste município, porque Itaituba
pode ser Altamira de amanhã, quando chegar, por que vai chegar o tempo em que a
hidrelétrica de São Luiz vai sair do papel, e talvez isso não esteja muito
longe.
Itaituba,
antes do boom de Belo Monte, teve sempre um histórico de violência bem maior do
que o de Altamira, sobretudo no auge da atividade garimpeira.
Este
município tem uma fama que sua população espera que seja apagada, mas, que
poderá voltar muito pior, pois uma grande obra como uma grande hidrelétrica
como a de S. Luiz do Tapajós, atrai milhares de pessoas atrás de empregos que
não se concretizam, e muita gente que vem, fica, mesmo sem condições.
Lembro
de ter conversado com algumas pessoas que foram a Altamira no auge da badalação
por conta da obra de Belo Monte. Elas voltaram eufóricas com o que tinham visto
na cidade, que havia sido transformada em um canteiro de obras. E nesse meio
havia gente do governo municipal da ex-prefeita Eliene Nunes, além de outras
pessoas com formação superior, que demonstraram o mesmo entusiasmo.
As
autoridades de Altamira, àquela altura, mostraram apenas a parte boa, exibiram
números exuberantes da economia local, e deixaram qualquer tipo de problema longe
da vista dos visitantes.
O
tempo passou, a violência que já havia se instalado, aumentou vertiginosamente com
o fim de um grande número de empregos temporários. E foi bem aí que a cortina
que escondia uma gama de problemas se abriu.
Até
que ponto aquela mega obra foi boa para Altamira? Por enquanto, o passivo
social é muito maior do que os benefícios propalados.
Já
disse outras vezes, mas, repito: em vez de lutar contra a implantação da hidrelétrica
de S. Luiz, que virá, assim que o país precisar da energia que ela poderá gerar,
devemos unir forças para ver como conseguiremos atenuar as suas consequências
negativas e, nesse particular, a maior de todas, a violência.
Por
fim, lembrar que, como disse o vereador Peninha, vivemos em um estado cuja
população, e até a polícia, vive com medo. E ninguém, em sã consciência torce
pelo quanto pior, melhor, pois somos todos reféns da falta de uma política de
segurança pública adequada. Então, que o governo do Pará ache o caminho que não
encontrou até agora para tornar a vida de todos nós mais segura.
Jota
Parente
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