sábado, abril 21, 2018

Esposas de policiais militares protestam contra a falta de segurança e cobram Jatene

Com uma série de questionamentos voltados ao Governo do Estado e seu serviço de segurança pública, esposas e familiares de policiais civis, militares e agentes prisionais protestaram, durante toda a manhã de ontem, em frente à sede do Comando Geral da Polícia Militar, na avenida Augusto Montenegro, em Belém.
Enquanto as mulheres clamavam por respostas frente os assassinatos de 24 agentes da segurança pública apenas em 2018, uma cerimônia de comemoração ao Dia de Tiradentes – considerado patrono das Polícias Militares do Brasil – era realizada no interior do Comando, com a presença do governador do Estado, Simão Jatene, e do Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes, dentre outras autoridades.
Com cruzes pretas marcadas com os nomes de parte dos agentes de segurança assassinados em 2018, os familiares cobraram respostas para a situação de violência que coloca em risco, além da própria população, a vida dos que atuam em prol da segurança pública.
Em cartazes e faixas, as esposas e mães questionavam, dentre outras coisas, o que se tem a celebrar num momento como este, em que o número de policiais mortos aumenta a cada dia. “O que nós temos a comemorar hoje, Governador?”, perguntavam.
Esposa de policial militar, Carla Saldanha cobrou empenho do Estado. “Estamos protestando para que o governador tenha competência de fazer política pública em prol da segurança. Se ele não tem competência para isso, que peça para sair”.
A todo o momento, durante a manifestação que se prolongou desde as 9h até depois das 12h, as esposas pontuavam que a luta não era em prol apenas dos policiais, mas também da população que sofre cotidianamente com a violência. Durante as manifestações ao microfone, muitas delas também questionavam a declaração recente feita pelo secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes, em que ele dizia se sentir seguro vivendo em Belém.
Mãe de dois policiais militares, Josiane Madeira se mostrou indignada com a situação atual da segurança. “Por dez anos eu vendi água no sinal para realizar o sonho dos meus filhos de servir a essa corporação e hoje é uma vergonha o que está acontecendo no Pará”, relacionou. “A população não pode sequer sair na rua ou pegar um ônibus porque não sabe se vai voltar com vida. Como o secretário diz que está tudo ‘ok’ com a segurança?”, disparou, revoltada.
Já a esposa de policial militar Lorena Souza lembrou até o momento as famílias ainda não receberam uma resposta concreta do Governo sobre as recentes mortes de agentes de segurança pública. “Não temos resposta sobre como vão coibir essa criminalidade”, reforçou. “Hoje o policial militar recebe uma arma e um colete e isso acaba virando alvo de cobiça dos bandidos”, completou.
(Cintia Magno/Diário do Pará)

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