O
que prometia, em princípio, ser uma reunião amena para tratar da instalação de
mais uma faculdade em Itaituba, a Faculdade Master de Parauapebas - FAMAP,
transformou-se numa discussão acalorada, mas, sem que ninguém ultrapassasse a
linha do respeito.
O
burburinho foi grande por conta de um projeto de lei apresentado pelo vereador
Wescley Tomaz, pelo qual a prefeitura de Itaituba poderia ceder, sem ônus, as
dependências da Escola Municipal Castelo Branco para abrigar a citada
faculdade.
Depois
que o blog do Jota Parente publicou uma matéria a respeito do assunto, na tarde
de ontem, houve uma reação em cadeia, com muitas, mas, muitas manifestações, a
maioria bombardeando o vereador, mas, houve quem defendesse.
À
noite, vereadores, uma representante da FAMAP, o secretário de educação do
município, a direção da Escola Castelo Branco e diretores das faculdades FAI e
FAT compareceram e participaram da reunião.
Como
presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, o vereador Davi
Salomão presidiu os trabalhos, chamando inicialmente para justificar seu
projeto, o vereador Wescley Tomaz, que durante 10 minutos discorreu sobre os
motivos que o levaram a apresentar o PL.
Disse
o vereador, que o prefeito Valmir Climaco tinha conhecimento da intenção dessa
faculdade de instalar-se em Itaituba, desde o começo.
Depois,
foi convidado o secretário de educação, Amilton Pinho para usar a palavra, o
qual, que afirmou que não tem fundamento o boato de que a Escola Castelo Branco
seria fechada por falta de alunos.
Afirmou
o secretário, que existe projeto para que essa escola funcione em regime de
tempo integral, além do que, o número de alunos cresceu e deve voltar a crescer.
Davi
Salomão, após a fala de Amilton, passou a palavra para o professor Abel Sá,
diretor da FAI, que entre todos os oradores foi o mais contundente.
Como
existem boatos de que o vice-governador Zequinha Marinho seria o dono dessa
faculdade, o professor Abel citou seu nome, dizendo que ele investiu 21 milhões
de reais em Parauapebas, município sede da mesma, para implantá-la, e agora, ela
quer local de graça em Itaituba.
“Comprem
um terreno, construam e botem para funcionar”, afirmou o professor.
Ele
falou que o vice-governador só pode ser dono, ou sócio dessa faculdade que quer
se instalar aqui.
Ele
lembrou, que quando A FAI estava tentando começar suas atividades, a Câmara
aprovou um projeto de lei que foi sancionado pelo então prefeito Wirland
Freire, cedendo em regime de comodato, por cinco anos, o espaço da Escola
Municipal Maria da Consolação Cerqueira.
Quando
foi mandada a documentação para o MEC, constando esse local como o escolhido
para começar os trabalhos, a resposta foi de que não haveria autorização por se
tratar de um prédio público. Foi preciso conseguir um lugar particular, a
Escola Anchieta, para iniciar os primeiros cursos.
A
FAI tem, hoje, cerca de150 funcionários, paga os seus tributos e investe tudo
em Itaituba, ressaltou o diretor da instituição, que disse ainda, que não tem
nada contra que qualquer outra faculdade se instale em Itaituba, desde que nas
condições que as demais enfrentaram e enfrentam.
“Essa
matéria é inconstitucional. Eu fui vereador, e sei que esse projeto de lei que
o vereador apresentou deveria ser iniciativa do Executivo, porque implica em
gerar despesa para o município. Solicito que a Câmara não dê andamento nele, e
se for aprovado, que o prefeito o vete”, concluiu o diretor da FAI.
A
professora Jussara Whitaker, diretora da FAT, referindo-se a uma afirmação feita
pela representante da FAMAP, quando foi feita a apresentação da instituição,
que melhorar a qualidade da cidadania, a FAI e a FAT já estão trabalhando nisso
há vários anos. Ela falou que acha, no mínimo, uma grande falta de respeito uma
instituição vir aqui dizer que vem com a galinha dos ovos de ouro.
“Que
venham novas instituições, mas, que paguem o preço que pagamos, pois somente de
aluguel a FAT paga R$ 17 mil todo mês”, afirmou a diretora.
O
presidente da Associação Empresarial, Fabrício Schuber, cobrou isonomia no
tratamento.
“Cada
uma das faculdades anteriores que se instalaram no município teve dificuldade
para se implantar, e essa nova instituição que é bem-vinda, não deve receber
tratamento diferenciado”, disse Fabrício.
O
prefeito Valmir Climaco começou sua fala afirmando que é importante que venham
novos cursos, novas faculdades.
“Vamos
sentar para conversar, com o vereador, com a direção da faculdade, más é
preciso que fique bem claro, que não vai ter benefício desse tipo que está
sendo proposto. Precisamos de mais faculdades, mas, que paguem seus tributos”.
Venham para cá, comprem terreno e construam, pois, o município não tem
condições de emprestar escola pública para ninguém”, concluiu o gestor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário