quarta-feira, setembro 20, 2017

Projeto de Lei para cessão da Escola Castelo Branco, sem ônus, para a FAMAP, gerou muita discussão na Câmara

O que prometia, em princípio, ser uma reunião amena para tratar da instalação de mais uma faculdade em Itaituba, a Faculdade Master de Parauapebas - FAMAP, transformou-se numa discussão acalorada, mas, sem que ninguém ultrapassasse a linha do respeito.

O burburinho foi grande por conta de um projeto de lei apresentado pelo vereador Wescley Tomaz, pelo qual a prefeitura de Itaituba poderia ceder, sem ônus, as dependências da Escola Municipal Castelo Branco para abrigar a citada faculdade.

Depois que o blog do Jota Parente publicou uma matéria a respeito do assunto, na tarde de ontem, houve uma reação em cadeia, com muitas, mas, muitas manifestações, a maioria bombardeando o vereador, mas, houve quem defendesse.

À noite, vereadores, uma representante da FAMAP, o secretário de educação do município, a direção da Escola Castelo Branco e diretores das faculdades FAI e FAT compareceram e participaram da reunião.

Como presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final, o vereador Davi Salomão presidiu os trabalhos, chamando inicialmente para justificar seu projeto, o vereador Wescley Tomaz, que durante 10 minutos discorreu sobre os motivos que o levaram a apresentar o PL.

Disse o vereador, que o prefeito Valmir Climaco tinha conhecimento da intenção dessa faculdade de instalar-se em Itaituba, desde o começo.

Depois, foi convidado o secretário de educação, Amilton Pinho para usar a palavra, o qual, que afirmou que não tem fundamento o boato de que a Escola Castelo Branco seria fechada por falta de alunos.

Afirmou o secretário, que existe projeto para que essa escola funcione em regime de tempo integral, além do que, o número de alunos cresceu e deve voltar a crescer.

Davi Salomão, após a fala de Amilton, passou a palavra para o professor Abel Sá, diretor da FAI, que entre todos os oradores foi o mais contundente.

Como existem boatos de que o vice-governador Zequinha Marinho seria o dono dessa faculdade, o professor Abel citou seu nome, dizendo que ele investiu 21 milhões de reais em Parauapebas, município sede da mesma, para implantá-la, e agora, ela quer local de graça em Itaituba.

“Comprem um terreno, construam e botem para funcionar”, afirmou o professor.

Ele falou que o vice-governador só pode ser dono, ou sócio dessa faculdade que quer se instalar aqui.

Ele lembrou, que quando A FAI estava tentando começar suas atividades, a Câmara aprovou um projeto de lei que foi sancionado pelo então prefeito Wirland Freire, cedendo em regime de comodato, por cinco anos, o espaço da Escola Municipal Maria da Consolação Cerqueira.

Quando foi mandada a documentação para o MEC, constando esse local como o escolhido para começar os trabalhos, a resposta foi de que não haveria autorização por se tratar de um prédio público. Foi preciso conseguir um lugar particular, a Escola Anchieta, para iniciar os primeiros cursos.

A FAI tem, hoje, cerca de150 funcionários, paga os seus tributos e investe tudo em Itaituba, ressaltou o diretor da instituição, que disse ainda, que não tem nada contra que qualquer outra faculdade se instale em Itaituba, desde que nas condições que as demais enfrentaram e enfrentam.

“Essa matéria é inconstitucional. Eu fui vereador, e sei que esse projeto de lei que o vereador apresentou deveria ser iniciativa do Executivo, porque implica em gerar despesa para o município. Solicito que a Câmara não dê andamento nele, e se for aprovado, que o prefeito o vete”, concluiu o diretor da FAI.

A professora Jussara Whitaker, diretora da FAT, referindo-se a uma afirmação feita pela representante da FAMAP, quando foi feita a apresentação da instituição, que melhorar a qualidade da cidadania, a FAI e a FAT já estão trabalhando nisso há vários anos. Ela falou que acha, no mínimo, uma grande falta de respeito uma instituição vir aqui dizer que vem com a galinha dos ovos de ouro.

“Que venham novas instituições, mas, que paguem o preço que pagamos, pois somente de aluguel a FAT paga R$ 17 mil todo mês”, afirmou a diretora.

O presidente da Associação Empresarial, Fabrício Schuber, cobrou isonomia no tratamento.

“Cada uma das faculdades anteriores que se instalaram no município teve dificuldade para se implantar, e essa nova instituição que é bem-vinda, não deve receber tratamento diferenciado”, disse Fabrício.

O prefeito Valmir Climaco começou sua fala afirmando que é importante que venham novos cursos, novas faculdades.


“Vamos sentar para conversar, com o vereador, com a direção da faculdade, más é preciso que fique bem claro, que não vai ter benefício desse tipo que está sendo proposto. Precisamos de mais faculdades, mas, que paguem seus tributos”. Venham para cá, comprem terreno e construam, pois, o município não tem condições de emprestar escola pública para ninguém”, concluiu o gestor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário