segunda-feira, julho 17, 2017

Encontro de dois dias em Moraes Almeida vai discutir garimpagem no Tapajós e cooperativismo entre garimpeiros

Blog do JP - Vai acontecer uma reunião importante em Moraes Almeida, nos dias 19 e 20 desta semana, da qual o vereador Peninha participará. Ele falou ao blog do que se trata esse encontro e qual é o interesse do mesmo para o município de Itaituba e esta região.
Peninha - O objetivo dessa reunião é fortalecer o cooperativismo na atividade garimpeira porque, através das cooperativas é que se conseguirá fazer um grande trabalho na região. As cooperativas têm prioridade em todos aspectos. Precisamos que elas se fortaleçam, pois será através da participação das cooperativas de garimpeiros da região que nós vamos ter com condições de enfrentar essa questão dos leilões, que vão acontecer das áreas de garimpos.
A previsão de DNPM é de que até o final deste, aconteçam esses leilões, e essas cooperativa fortalecidas podem brigar nesse sentido de evitar a inclusão de áreas que não devem ser leiloadas, áreas que já estão trabalhadas pelos garimpeiros, que tem dias que tem áreas de pesquisa e aquelas nas quais também as pessoas estão trabalhando, onde deve ser respeitado o trabalho das mesmas. Mesmo elas não têm documento, vêm produzindo na região; então, o objetivo maior é fortalecer, mostrar para as cooperativas o potencial que elas têm, fazendo com que elas entrem nessa briga para manifestar o protesto contra os leilões, garantindo-se o direito às áreas que hoje estão sendo trabalhadas no Tapajós.
            Blog do JP - O governo já bateu o martelo com referência a questão de leilões já é algo definido?
Peninha - Veja bem, está praticamente definido, porque o que nós sabemos é que tem lá uma meia dúzia de pessoas que hoje comanda o DNPM, que são funcionários que foram da CPRM, bem como da Vale do Rio Doce e de outras empresas mineradoras nacionais e internacionais, que estão fazendo essa proposta de fazer leilões.
Nós somos contra porque não fomos ouvidos, e numa discussão sobre as áreas que vão ser leiloadas é imprescindível que sejamos consultados. O governo federal, através do DNPM, do Ministério das Minas e Energia, está tentando impor ao Tapajós, um modelo que não pode ser adotado, por que nós somos diferenciados. Somos diferentes de Minas Gerais, diferentes de Rondônia e dos demais lugares como Mato Grosso.
Todo mundo tem uma política mineral diferenciada; isso deveria ser discutido com a gente, aqui, para garantir a garimpagem livre, tradicional, para o garimpeiro nd região. Mas, isso não está sendo feito; estão tomando decisões em gabinetes, colocando em disponibilidade para empresas multinacionais estrangeiras a preço de banana.
            Blog do JP - Referência a questão do cooperativismo já existe da parte dos nossos garimpeiros uma conscientização de pelo menos, boa parte, de que juntos eles são mais fortes?
Peninha – Existe de uma parte. A questão é que nós temos que ver é que o garimpeiro é uma pessoa difícil de se lidar, quando se trata dessa questão. Primeiro, porque ao longo da nossa história, sabemos que contrataram técnicos para fazer os seus projetos, e muito garimpeiros foram roubados. Gastaram fábulas de dinheiro e não conseguiram se legalizar.
Isso fez com que é o garimpeiro ficasse desconfiado, passando a não mais acreditar nessa possibilidade de regularizar a sua atividade. Ele pensa que, se tem um fulano e cicrano trabalhando ilegalmente, por que ele não tem o mesmo direito?
Essa mentalidade tem que mudar, por isso tem que mostrar para o garimpeiro, que ele estando associado a uma cooperativa, ela vai defender os seus interesses.
            Blog do JP - Quem é que vai participar desse encontro, nos dias 19 e 20?
Peninha - Deverão estar lá, representantes do DNPM, SEMAS, do Estado, SEMMA, do município, o Ibama, e foram convidados, também, o Ministério Público Federal e Estadual. É uma oportunidade para discutirmos a nossa realidade.
Blog do JP - É importante que a população tenha consciência da importância que o ouro continua exercendo sobre a economia local e regional...
Peninha – Sem dúvida alguma, ainda somos e continuaremos por muitos anos sendo dependentes do garimpo e consequentemente, d trabalho do garimpeiro. Os números falam mais alto.
Em 2015, segundo o DNPM, e somente segundo esse órgão, o município de Itaituba produziu em torno de 5 toneladas e meia de ouro; já em 2016, a produção quase triplicou, pois produzimos 13.500 kg de ouro. Veja bem, quase três vezes que produzimos em.
Atualmente, nós temos hoje em torno de 1.000 escavadeira trabalhando na região do Tapajós. Elas consomem, anualmente, em torno de 6.5000.000 de litros de combustível. Cerca de 4000 pares de máquinas estão trabalhando, o que proporciona um consumo de cerca de 172 milhões de litros de produtos derivados de petróleo, principalmente, óleo diesel. Diante desses números, vamos deixar expulsar os nossos garimpeiros? Daí, como é que vai ficar a nossa região, dependente dessa atividade que já dura quase 60 anos.

Chegaram os portos aqui, já teve a época da madeira, mas continua sendo o ouro a nossa sustentação em Itaituba e na região.

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