Blog do JP - Vai acontecer uma reunião importante em
Moraes Almeida, nos dias 19 e 20 desta semana, da qual o vereador Peninha participará.
Ele falou ao blog do que se trata esse encontro e qual é o interesse do mesmo
para o município de Itaituba e esta região.
Peninha - O objetivo dessa
reunião é fortalecer o cooperativismo na atividade garimpeira porque, através
das cooperativas é que se conseguirá fazer um grande trabalho na região. As
cooperativas têm prioridade em todos aspectos. Precisamos que elas se
fortaleçam, pois será através da participação das cooperativas de garimpeiros da
região que nós vamos ter com condições de enfrentar essa questão dos leilões,
que vão acontecer das áreas de garimpos.
A previsão de DNPM é
de que até o final deste, aconteçam esses leilões, e essas cooperativa
fortalecidas podem brigar nesse sentido de evitar a inclusão de áreas que não
devem ser leiloadas, áreas que já estão trabalhadas pelos garimpeiros, que tem
dias que tem áreas de pesquisa e aquelas nas quais também as pessoas estão trabalhando,
onde deve ser respeitado o trabalho das mesmas. Mesmo elas não têm documento,
vêm produzindo na região; então, o objetivo maior é fortalecer, mostrar para as
cooperativas o potencial que elas têm, fazendo com que elas entrem nessa briga
para manifestar o protesto contra os leilões, garantindo-se o direito às áreas
que hoje estão sendo trabalhadas no Tapajós.
Blog do JP - O governo já bateu o martelo
com referência a questão de leilões já é algo definido?
Peninha - Veja bem, está
praticamente definido, porque o que nós sabemos é que tem lá uma meia dúzia de
pessoas que hoje comanda o DNPM, que são funcionários que foram da CPRM, bem
como da Vale do Rio Doce e de outras empresas mineradoras nacionais e
internacionais, que estão fazendo essa proposta de fazer leilões.
Nós somos contra
porque não fomos ouvidos, e numa discussão sobre as áreas que vão ser leiloadas
é imprescindível que sejamos consultados. O governo federal, através do DNPM,
do Ministério das Minas e Energia, está tentando impor ao Tapajós, um modelo que
não pode ser adotado, por que nós somos diferenciados. Somos diferentes de
Minas Gerais, diferentes de Rondônia e dos demais lugares como Mato Grosso.
Todo mundo tem uma
política mineral diferenciada; isso deveria ser discutido com a gente, aqui, para
garantir a garimpagem livre, tradicional, para o garimpeiro nd região. Mas, isso
não está sendo feito; estão tomando decisões em gabinetes, colocando em disponibilidade
para empresas multinacionais estrangeiras a preço de banana.
Blog do JP - Referência a questão do
cooperativismo já existe da parte dos nossos garimpeiros uma conscientização de
pelo menos, boa parte, de que juntos eles são mais fortes?
Peninha – Existe de uma
parte. A questão é que nós temos que ver é que o garimpeiro é uma pessoa
difícil de se lidar, quando se trata dessa questão. Primeiro, porque ao longo
da nossa história, sabemos que contrataram técnicos para fazer os seus projetos,
e muito garimpeiros foram roubados. Gastaram fábulas de dinheiro e não
conseguiram se legalizar.
Isso fez com que é o
garimpeiro ficasse desconfiado, passando a não mais acreditar nessa possibilidade
de regularizar a sua atividade. Ele pensa que, se tem um fulano e cicrano
trabalhando ilegalmente, por que ele não tem o mesmo direito?
Essa mentalidade tem
que mudar, por isso tem que mostrar para o garimpeiro, que ele estando associado
a uma cooperativa, ela vai defender os seus interesses.
Blog do JP - Quem é que vai participar desse
encontro, nos dias 19 e 20?
Peninha - Deverão estar lá,
representantes do DNPM, SEMAS, do Estado, SEMMA, do município, o Ibama, e foram
convidados, também, o Ministério Público Federal e Estadual. É uma oportunidade
para discutirmos a nossa realidade.
Blog do
JP - É importante que a população tenha consciência da importância que o ouro
continua exercendo sobre a economia local e regional...
Peninha – Sem dúvida alguma,
ainda somos e continuaremos por muitos anos sendo dependentes do garimpo e
consequentemente, d trabalho do garimpeiro. Os números falam mais alto.
Em 2015, segundo o
DNPM, e somente segundo esse órgão, o município de Itaituba produziu em torno
de 5 toneladas e meia de ouro; já em 2016, a produção quase triplicou, pois produzimos
13.500 kg de ouro. Veja bem, quase três vezes que produzimos em.
Atualmente, nós
temos hoje em torno de 1.000 escavadeira trabalhando na região do Tapajós. Elas
consomem, anualmente, em torno de 6.5000.000 de litros de combustível. Cerca de
4000 pares de máquinas estão trabalhando, o que proporciona um consumo de cerca
de 172 milhões de litros de produtos derivados de petróleo, principalmente,
óleo diesel. Diante desses números, vamos deixar expulsar os nossos garimpeiros?
Daí, como é que vai ficar a nossa região, dependente dessa atividade que já
dura quase 60 anos.
Chegaram os portos
aqui, já teve a época da madeira, mas continua sendo o ouro a nossa sustentação
em Itaituba e na região.
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