sábado, julho 08, 2017

Caso Provedores de Internet: A Luta Continua, mas, Sem Solução à Vista

Blog do JP - Josué Castro, da SLIMNET, juntamente com outros provedores da região oeste do Pará, esteve em São Paulo participando da feira promovida pela ABRINT (Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações), em São Paulo.
Além conhecer as novidades da feira para melhorar a qualidade do serviço dos provedores de internet desta região, disse Josué ao blog, foi possível reunir com a ABRIMT para tratar da problemática da falta de investimentos da estatal Eletronorte na expansão do serviço, que há mais de três meses travou o crescimento dos provedores de toda a região, além da já estar comprometendo a qualidade do serviço prestado por eles, assim como das operadoras de telefonia celular e bancos.
Josué Castro - E verdade Parente. No momento havia bastante correria com relação à feira que estava acontecendo, mas nós conseguimos levar ao conhecimento da associação o nosso problema. O intuito maior de nós irmos lá era aproveitar, pois no momento estaria um representante de todos os provedores, praticamente todos daqui da nossa região, de Marabá até Itaituba.  
Nós nos reunirmos lá, para depois fazermos uma segunda viagem, que seria a Brasília. Então, nós aproveitamos aquele momento para levantar os tópicos necessários para a gente falar em Brasília e pegar, também, o apoio da associação apoio, mas, o mais importante foi que nós conseguimos ali, mobilizar mais o pessoal dos outros provedores. Foi uma oportunidade para ver o pessoal que poderia ir até Brasília para representar os demais e, principalmente, ver os tópicos e levar alternativas para a Eletronorte.
Blog do JP - Depois dessa reunião, passados alguns dias, aí sim, vocês foram a Brasília. Quem foi a Brasília e quais foram os resultados obtidos junto ao governo federal e com quem vocês estiveram reunidos lá?
Josué - Quando nós fizemos a primeira matéria no blog do Jota Parente, que também foi publicada no Jornal do Comércio, o vereador Diego Mota tomou conhecimento do problema e acionou a Câmara dos Vereadores, fazendo com que ela se envolvesse no esforço para resolver problemática.
A Câmara mandou um ofício para a Eletronorte, pedindo que ela viesse participar aqui de uma audiência pública na câmara, para explicações do problema. Nós conseguimos, com muito trabalho, marcar uma reunião com diretoria da Eletronorte, lá em Brasília, e nos comunicaram que a possibilidade de vir um representante nessa audiência pública aventada na era quase nenhuma.
Se a Eletronorte não podia via até a Câmara, a estatal quis saber se a Câmara não poderia ir até ela, pois como foi marcada a reunião com nós, provedores, e para aproveitar que se tratava de um mesmo problema, foi sugerido que um representante do legislativo local estivesse presente na reunião. Então, foi acionado o vereador Diego Mota, foi junto com a gente participar da reunião. Éramos em torno de uns 10 mais ou 15.
A reunião, infelizmente, não foi exatamente como nós queríamos, e o resultado não foi o que esperávamos, pois, a Eletronorte já começou falando que havia uma problemática muito grande lá com eles, tipo demissões de funcionários, sem que tenham acontecidos novos concursos para admissão de funcionários. Foram tantas as reclamações da empresa na primeira etapa da reunião, a ponto de a Eletronorte praticamente passar o tempo todo choramingando e falando sobre os problemas dela.
Nós levamos um ex-funcionário da Eletronorte, que foi o técnico responsável por instalar todo o sistema de Marabá a Itaituba. Ele conhece muito bem toda essa infraestrutura, e perguntou à estaval qual seria o motivo dela afirmar que seria impossível fazer as mudanças aqui na região. A Eletronorte questionou que seria a falta de equipamentos e a falta de mão-de-obra, ou seja, tudo!
O técnico disse o seguinte: que se os provedores se reunissem e comprassem os equipamentos e doassem para Eletronorte, pois isso já foi feito há tempos atrás e não era algo absurdo, e deixasse o serviço com ele, que é grande conhecedor de toda a parte técnica, ele acompanharia toda a instalação desses equipamentos em cada ponto.
A resposta da empresa foi de que não tinha como dar uma resposta imediata, e que achava isso difícil, mas informou que teria que consultar o setor jurídico, pois, se desse autorização para que fosse feito do jeito sugerido, e viesse a acontecer algum problema sério, como acidente com algum trabalhador durante a execução do serviço, sobraria para a Eletronorte.
Foi quando o técnico fez outra colocação interessante. Questionou a Eletronorte, qual seria a posição da mesma, se os provedores se juntassem e, além de adquirir os equipamentos necessários para fazer o trabalho de expansão necessário, assumissem a responsabilidade pela contratação de uma empresa para fazer o trabalho.
De novo, os representantes da Eletronorte responderam que não podiam responder naquele momento, pois havia necessidade de uma resposta do departamento jurídico. Ou seja, apesar de todos os esforços, a gente voltou de mãos abanando, praticamente do jeito que saiu daqui. Por enquanto, só nos resta aguardar que a estatal, de fato, faça essas consultas ao seu departamento jurídico.
Blog do JP – Isso significa que os provedores continuam sem condições de ampliar os seus serviços, incluindo a contratação de novos clientes?
Josué – O problema continua exatamente do jeito que eu falei quando tivemos nossa primeira conversa, há mais de um mês. Isso é muito ruim, porque a gente deixa de atender a demanda. Há casos em que precisamos nos virar, como por exemplo, quando uma nova empresa se instala e precisa muito de internet. Mas, são casos excepcionais. No mais, a ampliação do número de clientes continua vedada.
            Blog do JP – É importante que se entenda que esse não é um problema particular dos provedores...
            Josué - Quero aproveitar esse momento para falar a todas as entidades, que isso não afeta a gente nesse momento, porque o nosso problema não é privado; não é simplesmente um problema dos provedores, mas um problema da sociedade. Afinal de contas, desde o primeiro momento que nós decidimos abrir o provedor, nós pensamos no bem-estar público. É claro que não vamos ser tão modestos a ponto de dizer que nós não almejámos uma vantagem comercial nisso, mas o bem-estar público sempre soou bem forte no nosso provedor.
Pedimos que todas as entidades se unam à gente nessa briga, porque ela é grande, ela é grande, e se pararem todos os provedores, imagina só no caos que aconteceria aqui no nosso município. O nosso provedor, por exemplo, tem bancos que dependem da gente; então, se a gente parar, imagina um banco parado, além dos comércios que precisam passar seus pedidos, receber contas, pagar, vender, e precisam de internet. Hoje, muito negócio é feito no Facebook, muito negócio é feito no WhatsApp. Se a internet faltar, será um caos geral.
É muito importante ver entidades que compreendem isso e já estão empenhadas em ajudar, como a Associação Empresarial, cujo presidente, Fabrício Schuber tem me ligado sempre, tem me perguntado como está o andamento das coisas e tem falado que que assim que for necessário, precisando da ajuda da associação, ele vai estar junto. Ele tem feito e encaminhado ofícios para Belém, segundo ele informou, cobrando solução. Então, espero que não seja só ele que possa abraçar essa causa, mas, que outras entidades também se sensibilizem com isso, que não é algo somente da iniciativa privada, dos provedores, mas é algo de interesse comum, de toda a população.

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