Ibama anunciou o bloqueio de serrarias da área após o crime ocorrido na BR-163, próximo à Flona Jamanxim. Ruralistas protestam há 3 dias na região contra veto à MP que reduziria área de proteção.
Veículos a serviço do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente (Ibama) que estavam sendo transportados em um caminhão cegonha foram
incendiados na BR-163 nesta quinta-feira (6).
O crime ocorreu perto da Floresta Nacional do
Jamanxim, na região de Cachoeira da Serra, no município de Altamira – a 1.824
quilômetros de Belém. A floresta, no Sudeste do Pará, é alvo constante de
fiscalizações contra o desmatamento ilegal e garimpos irregulares.
Segundo o Ibama, foram incendiadas oito
caminhonetes que seriam entregues à sede do instituto em Santarém, no oeste do
Pará, com o objetivo de renovar a frota nas bases do órgão na rodovia BR-163,
como parte de um contrato de locação dos veículos que prevê a substituição dos
mesmos a cada dois anos.
Em resposta ao ocorrido, a presidente do Ibama,
Suely Araújo, determinou o bloqueio preventivo de todas as serrarias da região
de Novo Progresso, município do sudoeste paraense, no sistema do Documento de
Origem Florestal (DOF), com o objetivo de garantir a ordem e assegurar a
atuação dos agentes de fiscalização ambiental na região.
O Ibama informou ainda que encaminhou à PF áudios e
mensagens em que criminosos incitam a destruição de veículos e helicópteros do
Instituto.
"Foi um atentado contra ação legítima do
Estado brasileiro", disse o diretor de Proteção Ambiental do Ibama,
Luciano Evaristo.
Uma equipe da Polícia Federal será deslocada de Itaituba,
que fica a 595 km da localidade de Cachoeira da Serra, para investigar o caso.
O inquérito deve ser aberto na Polícia Federal de Santarém.
Protestos
A Floresta Nacional do Jamanxim é uma área
disputada e, recentemente, esteve no centro de uma polêmica sobre a ocupação da
Amazônia devido à uma medida provisória (MP) que poderia mudar suas fronteiras.
O projeto reduziria a área da Flona Jamanxim e
transformaria 37% da floresta em uma APA, menos protegida e onde poderia haver
exploração de terras. A MP foi muito criticada por ambientalistas e, no
dia 19 de junho, foi vetada pelo presidente Michel Temer.
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