sábado, junho 10, 2017

O Modelo de Desenvolvimento que Queremos para Itaituba começou a ser discutido

Por Cassiélle Anaiá, de Itaituba(*) 
Foto:Jota Parente
Foi realizada na tarde de quinta-feira, 8/06, no auditório da CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Itaituba, a primeira reunião de trabalho sobre o modelo de desenvolvimento econômico para Itaituba e região.

As organizações presentes manifestaram sua preocupação quanto à forma como o tema vem sendo tratado, de cima para baixo, principalmente por parte dos governos federal e estadual.

Estiveram presentes representantes de diversos segmentos da sociedade civil organizada, motivados pela elaboração de um plano de enfrentamento dos grandes desafios e debates que se aproximam com o crescimento do interesse de investidores de fora na região do Tapajós.

Esses investimentos, até o momento, ainda não proporcionaram uma qualidade de vida melhor para as pessoas que aqui vivem.

Muito pelo contrário, as mazelas sociais só vem aumentando, com destaque para a dificuldade em oferecer serviço de saúde adequado, índices alarmantes de prostituição e exploração sexual de crianças e adolescentes, além do aumento da violência.

A preocupação do fórum de entidades iniciou através das redes sociais, e cresceu após a informação de que estava prevista para o dia 22 de junho a assinatura de um protocolo com a empresa Louis Dreyfus sobre ETC – Estações de Transbordo de Cargas , condicionantes e indústrias na região do Tapajós.

MODELO PRÓPRIO
O conteúdo do protocolo com essas condicionantes, de interesse máximo para região, não chegou a ser divulgado pela Codec – Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará, órgão ligado ao Estado.

Segundo Patrick de Souza, presidente da CDL, Itaituba tem indivíduos pensantes.

“Não aceitaremos que decidam por nós. Vamos criar nosso próprio modelo de desenvolvimento e condicionantes para que essas empresas se instalem no nosso território. Ou esses empreendimentos e o governo aceitam discutir, aqui em nosso território, ou vamos para o enfrentamento político com eles”, enfatizou.

SANTARENZINHO

Outra questão importante é que a área de interesse dos investidores é uma área conhecida como Santarenzinho, alvo de ações judiciais e disputa territorial entre Itaituba e Rurópolis.

De acordo com o jornalista Jota Parente, um dos colaboradores do diálogo sobre o desenvolvimento da região, Santarenzinho nunca pertenceu a Rurópolis, pelo simples fato daquele município, ao ser criado, ter sido desmembrado, 100%, do território de Aveiro.

Durante a reunião foi criado um cronograma de ações voltadas para pesquisa, busca de informações, debates e outras reuniões de trabalho com a participação de parlamentares e representantes do poder legislativo.

ALMOXARIFADO

“Precisamos saber o que queremos”, disse o geólogo Jubal Cabral filho, integrante do grupo de discussão, interessado no desenvolvimento da região.


“A região do Tapajós é um importante eixo de desenvolvimento para o mundo, e esse desenvolvimento necessariamente precisa estar atrelado ao fortalecimento econômico, social e ambiental da região. Não podemos aceitar ser simplesmente almoxarifado de commodity, enquanto a população sofre os mais variados problemas e nossa organização é imprescindível para o sucesso das movimentações”, pondera Alex Pamplona, jornalista e coordenador da Universidade Paulista em Itaituba.

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