Por
Cassiélle Anaiá, de Itaituba(*)
Foto:Jota Parente |
Foi
realizada na tarde de quinta-feira, 8/06, no auditório da CDL – Câmara de
Dirigentes Lojistas de Itaituba, a primeira reunião de trabalho sobre o modelo
de desenvolvimento econômico para Itaituba e região.
As
organizações presentes manifestaram sua preocupação quanto à forma como o tema
vem sendo tratado, de cima para baixo, principalmente por parte dos governos
federal e estadual.
Estiveram
presentes representantes de diversos segmentos da sociedade civil organizada,
motivados pela elaboração de um plano de enfrentamento dos grandes desafios e
debates que se aproximam com o crescimento do interesse de investidores de fora
na região do Tapajós.
Esses
investimentos, até o momento, ainda não proporcionaram uma qualidade de vida
melhor para as pessoas que aqui vivem.
Muito
pelo contrário, as mazelas sociais só vem aumentando, com destaque para a
dificuldade em oferecer serviço de saúde adequado, índices alarmantes de
prostituição e exploração sexual de crianças e adolescentes, além do aumento da
violência.
A
preocupação do fórum de entidades iniciou através das redes sociais, e cresceu
após a informação de que estava prevista para o dia 22 de junho a assinatura de
um protocolo com a empresa Louis Dreyfus sobre ETC – Estações de Transbordo de
Cargas , condicionantes e indústrias na região do Tapajós.
MODELO PRÓPRIO
O
conteúdo do protocolo com essas condicionantes, de interesse máximo para
região, não chegou a ser divulgado pela Codec – Companhia de Desenvolvimento
Econômico do Pará, órgão ligado ao Estado.
Segundo
Patrick de Souza, presidente da CDL, Itaituba tem indivíduos pensantes.
“Não
aceitaremos que decidam por nós. Vamos criar nosso próprio modelo de
desenvolvimento e condicionantes para que essas empresas se instalem no nosso
território. Ou esses empreendimentos e o governo aceitam discutir, aqui em
nosso território, ou vamos para o enfrentamento político com eles”, enfatizou.
SANTARENZINHO
Outra
questão importante é que a área de interesse dos investidores é uma área
conhecida como Santarenzinho, alvo de ações judiciais e disputa territorial
entre Itaituba e Rurópolis.
De
acordo com o jornalista Jota Parente, um dos colaboradores do diálogo sobre o
desenvolvimento da região, Santarenzinho nunca pertenceu a Rurópolis, pelo
simples fato daquele município, ao ser criado, ter sido desmembrado, 100%, do
território de Aveiro.
Durante
a reunião foi criado um cronograma de ações voltadas para pesquisa, busca de
informações, debates e outras reuniões de trabalho com a participação de
parlamentares e representantes do poder legislativo.
ALMOXARIFADO
“Precisamos
saber o que queremos”, disse o geólogo Jubal Cabral filho, integrante do grupo
de discussão, interessado no desenvolvimento da região.
“A
região do Tapajós é um importante eixo de desenvolvimento para o mundo, e esse
desenvolvimento necessariamente precisa estar atrelado ao fortalecimento
econômico, social e ambiental da região. Não podemos aceitar ser simplesmente
almoxarifado de commodity, enquanto a população sofre os mais variados
problemas e nossa organização é imprescindível para o sucesso das
movimentações”, pondera Alex Pamplona, jornalista e coordenador da Universidade
Paulista em Itaituba.
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