Jota Parente - Editor Responsável pelo JC |
Valmir quer fazer omeletes, mas,
faltam os ovos. Quer trabalhar, mas, se não conseguir desbloquear o Fundo de
Participação dos Municípios ao qual não teve acesso a nenhum centavo, desde que
assumiu o cargo de prefeito em 1º de janeiro, vai ter sua gestão completamente
engessada. Sem dinheiro não é possível fazer nada. A quarta parcela foi retida
no último dia 10.
A folha dos servidores municipais
relativa ao mês de janeiro foi paga. Mas, a prefeitura não tem dinheiro para
recolher as contribuições devidas ao INSS, o que só agrava a situação, porque
são cerca de R$ 2 milhões a mais que se somam ao que a ex-prefeita Eliene Nunes
deixou, descontado o que já foi retido nas quatro parcelas do FPM que o Tesouro
Nacional se apossou.
A folha foi paga, mas, houve
reclamações, que por enquanto não ecoaram muito alto, mas, que se continuarem
sem as devidas justificativas, poderão se transformar em um calo para a
administração. As reclamações que chegaram a mim por meio de alguns servidores
que me procuraram, dizem respeito a descontos nos seus salários, que tiveram
cortes dos quais não foram informados previamente. Mas, foram limitados a quem
tinha direito à readequação.
Quando esteve a primeira vez na
prefeitura, o prefeito Valmir Climaco, no geral, terminou assimilando bem a
convivência com os sindicatos que representam os servidores, o que se espera
que agora, mais maduro e claramente agindo de maneira muito mais transparente,
ele consiga manter e até melhorar. Para que isso aconteça, precisa tratar disso
de forma direta, evitando deixar que as explicações sejam dadas apenas por
assessores.
A disposição com que o atual governo
começou, criou um ânimo na população, que estava muito desanimada, tanto por
causa da crise da economia, que atinge a todos no País, quanto pelo desgoverno
que foi a marca da ex-prefeita, sobretudo após as eleições. Mas, até quanto
Valmir vai conseguir manter o pique desse começo, se não tiver acesso a
recursos? Até quando o cidadão vai ter paciência com o prefeito, caso diminua o
ritmo inicial demonstrado nessas primeiras semanas de gestão?
O grande esforço para limpar a
cidade teve uma repercussão muito boa, tanto internamente, nos munícipes,
quanto nas pessoas de fora. Semana passada eu conversei com três pessoas que
chegaram de fora. Foram três conversas diferentes, e todos os visitantes
elogiaram o aspecto da cidade à qual eles vem com frequência, porque tem algum
tipo de negócio por aqui. Disseram que Itaituba está com uma cara boa, mais
limpa. Isso é bom.
Eliene deixou a cidade com diversas
ruas asfaltadas, o que é reconhecido por qualquer pessoa de bom senso. Todavia,
como concentrou sua atenção apenas na pavimentação de algumas vias, pois as
pesquisas informavam e continuam informando que o povo de Itaituba adora ver
sua rua asfaltada, ela se esqueceu de fazer, mesmo que fosse a famosa
“guaribada” em outras vias, muitas delas importantes para melhorar o fluxo do
tráfego.
Valmir começou a mil, tapando
buracos das principais vias. Todo mundo bateu palmas, porque havia ruas, até no
centro da cidade, onde já estava complicado passar de carro. Mas, o povo quer
asfalto, que custa caro, tanto a matéria prima, quando a preparação da
infraestrutura para fazer a pavimentação.
Enquanto o asfalto não vem, a nova
gestão tem o desafio de melhorar muitas ruas importantes, como a 4ª Rua do
Jardim das Araras, que depois da FAI, faz muito tempo que está em péssimas
condições. Poucos metros acima, a 5ª Rua tem tanto buraco de tudo quanto é
tamanho, que é impossível alguém dirigir carro acima de 30 ou 40 km por hora. E
essas são apenas algumas das ruas que pedem socorro.
A lua de mel da nova administração
com a população tem prazo de validade, e não é longo. Por enquanto está
chovendo muito, e todos entendem que é muito difícil fazer trabalhos mais aprimorados
no sistema viário da cidade. Entretanto, quando acabar o inverno, é certo que
começarão as cobranças. E para continuar contando com a boa vontade da
população, Valmir precisa resolver essa questão do FPM, e é fundamental que
continue informando os contribuintes da verdadeira situação em que se encontra
o erário público municipal.
Se isso não for feito
desse jeito, ele vai continuar esquentando a cabeça, cada vez mais. Sem contar
as centenas de empregos que lhe pedem todos os dias, tanto os vereadores,
quanto pessoas que o apoiaram na campanha, e muitas e muitas outras. Está
difícil a vida do prefeito.Artigo publicado na edição 227, do Jornal do Comércio, que circulou semana passada.
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