Nova fase da Lava Jato, autorizada
pelo ministro Fachin, mira Márcio Lobão por suposta propina nas obras de Belo
Monte e Angra 3, e ainda o ex-senador Luiz Otávio, do PMDB do Pará
Campos, considerado por
investigadores um apadrinhado político de Barbalho.
Lobão é hoje o atual presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, responsável por sabatinar o
novo ministro do STF e também o futuro procurador-geral da República.
Os nomes de Márcio Lobão e de Luiz
Otávio Campos foram indicados na delação do executivo da Andrade Gutierrez
Flávio Barra, que relatou pagamentos realizados pela empreiteira pelas obras da
usina hidrelétrica de Belo Monte e também pela usina de Angra 3.
Segundo o ex-diretor da Andrade
Gutierrez, integrante do consórcio construtor de Belo Monte, entre R$ 4 milhões
e R$ 5 milhões foram repassados ao senador Edison Lobão (PMDB) pelas obras de
Angra 3 e R$ 600 mil de Belo Monte. De acordo com o delator, o valor
relacionado a Belo Monte foi entregue em espécie na casa de Márcio Lobão, filho
do senador.Ainda em sua delação, o executivo disse que a propina em Belo Monte
era de 0,5% para o PT e 0,5% para o PMDB – percentual sobre o valor do
contrato.
As buscas de hoje são feitas nas
residências e escritórios de trabalho dos alvos, suspeitos de fazerem o repasse
de valores aos políticos que estão na mira do inquérito. Os investigados podem
responder por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A operação foi autorizada pelo ministro
Luiz Edson Fachin. Apesar de ser o novo relator da Lava Jato no STF desde a
morte de Teori Zavascki, Fachin já era o relator das investigações sobre Belo
Monte – que ficaram desmembradas no STF das apurações que envolviam a
Petrobrás.
No inquérito, são investigados, além de
Lobão e Barbalho, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR)
e Valdir Raupp (PMDB-RO). Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal
investigam, neste inquérito, se foi feito pagamento de propina de 1% sobre o
valor dos contratos assinados pelas obras de Belo Monte a partidos políticos
envolvidos na liberação do projeto da hidrelétrica. A suspeita é de que as
empresas que integram o consórcio responsável pela obra fizeram o pagamento.
Leviatã. O nome da Operação é uma referência à obra “O
Leviatã”, de Thomas Hobbes, que afirma que o “homem é o lobo do homem”.
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