Reportagem
especial de Márcio Vieira - A cidade de Santarém está tomando algumas medidas para
diminuir o fluxo de pacientes de outras cidades para o Hospital Municipal. O
município de Itaituba por exemplo, todo mês, envia um número considerável de pacientes
em casos de média e alta complexidade.
O hospital municipal de Santarém recebe,
diariamente, inúmeros pacientes de cidades das regiões do Baixo Amazonas e do Tapajós.
A maioria em busca de atendimentos de urgência e emergência. Pode-se dizer que o
pronto socorro municipal da Perola do Tapajós é o hospital de referência quando
se trata dessas duas situações.
Nos corredores do PSM é possível ver diversos
pacientes à espera de uma vaga, pois a responsabilidade pela manutenção acaba
sendo assumida somente pela prefeitura de Santarém.
O Prefeito Nélio Aguiar, afirma que recebeu o
pronto socorro em uma situação delicada, e que algumas medidas foram tomadas
afim de organizar os atendimentos e melhorias da estrutura.
“ Nós recebemos a
gestão com muitos problemas, pacientes nos corredores, excessos de
coordenadorias, tem muitos chefes dentro do hospital municipal, não precisamos
de tantos técnicos, precisamos de gente que atenda os doentes; quando você tem
um chefe, você acaba tirando um profissional da assistência e prejudicando os
serviços. Mas, a situação mais grave dizia respeito ao abastecimento de
medicamentos. Nós, mesmo na transição, fizemos a aquisição de medicamentos, e
no dia 02 de janeiro recebemos alguns lotes, como antibióticos, analgésicos,
anestésicos, para dar realmente condições de trabalho para os profissionais de
saúde, e também dar uma condição digna de atendimento às pessoas que estão em
busca no hospital municipal de Santarém”. Pontuou Nélio Aguiar.
O prefeito Nélio Aguiar afirma que pouco mais
de 20% dos pacientes atendidos no pronto socorro municipal, são originados de
outros municípios. E que uma informação inverídica circulou pelos municípios da
região, que Santarém não receberia os pacientes de outras localidades. O
prefeito afirma que a única exigência do poder público mocorongo junto aos
órgãos competentes, tem sido cobrar que cada um assuma sua responsabilidade,
pois não há necessidade de o paciente ficar internado no pronto socorro de
Santarém, a espera de um leito no regional, sendo que a regulação existe para
uma relação direta entre os municípios e o hospital regional através de um
sistema.
“O que
nós estamos regulando, é que no início da regulação foi passado que todo
paciente só entra no hospital regional, se passar pelo municipal, não existe
isso. Quando nós temos que encaminhar um paciente de Santarém para Belém, ele
vai direto para o hospital de referência. É isso que queremos corrigir com a
SESPA, com a regional de saúde e também com as prefeituras, que o paciente de
Itaituba, que tem indicação de uma cirurgia no regional, que ele vá direto para
o regional; não tem porque tirar esse paciente do seu convívio familiar, para
deixar internado no hospital municipal, esperando 30, 45, 60 dias, aguardando abrir
uma vaga de leito no hospital regional”. Esclareceu o Prefeito de Santarém.
Por enviar toda semana um número considerável
de pacientes para Santarém, sobretudo pacientes vítimas de acidentes de
transito, Itaituba começa a tomar as providencias, para fazer com que grande
parte das cirurgias sejam realizadas no próprio município. O Prefeito Valmir
Climaco, diz que a contratação de médicos especialistas e a melhoria da
estrutura do hospital municipal, são pontos fundamentais, para que a cidade
assuma sua independência para alguns procedimentos cirúrgicos.
“ A gente teve essa
preocupação; acredito que em 15 dias de governo, reduzimos mais de 50% o número
de TFD; nós já fizemos mais de 100 cirurgias eletivas e de emergência. Acredito
que dentro de 90 dias vamos chegar à nossa meta de trezentas cirurgias. Hoje nós
temos os médicos Edir Pires e Benigno Regis, que estão atuando bastante na
realização de cirurgias, e vamos dar mais estrutura para o hospital municipal,
que dentro de pouco tempo vai ser uma referência”. Explicou Valmir
Climaco.
O Prefeito Valmir Climaco enfatizou ainda, que
a cidade de Itaituba, assim como Santarém, também tem recebido um grande número
de pessoas de outros municípios em busca de atendimento e cirurgias, e que de
cem cirurgias já realizadas nas duas primeiras semanas de sua gestão, trinta
foram de pacientes de outros municípios. E deixou claro que pretende reunir com
esses municípios, pois Itaituba está pagando a conta.
“Acredito
que de cada dez pacientes que dão entrada no hospital municipal, três são de
municípios da região. Vamos fazer um levantamento dentro de 60 dias, para
termos uma noção de quantos pacientes de municípios vizinhos estão sendo
atendidos aqui, reunir com os prefeitos da região e dizer que nós precisamos de
ajuda. Se hoje estivéssemos atendendo apenas cidadãos de Itaituba, tenho
certeza que o hospital estaria mais vazio, ou seja, conseguiríamos atender
melhor o povo de nossa cidade. Mas, como o hospital tem mais estrutura que os
demais municípios, a gente acaba atendendo, mas vamos ter uma conversa. O que
queremos desses prefeitos é que mandem o Tratamento Fora Domicilio – TFD”. Enfatiza Climaco.
Os dois prefeitos pretendem agendar uma reunião
nos próximos meses, afim de tratarem dessa e de outras temáticas. Fato é, que
Santarém ainda continua recebendo a demanda de toda a região do Baixo Amazonas,
e também do Tapajós, até que o Hospital Regional do Tapajós seja concluído. E
falando nisso, desde março do ano passado as obras estão paralisadas, o que
indica que os prazos não serão cumpridos e muito menos a possibilidade de
colocar essa estrutura em funcionamento em curto prazo.
Márcio Vieira é jornalista e trabalha na TV Tapajoara. esta matéria está na edição 226 do Jornal do Comércio, especialmente produzida para esta edição.
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