José Luís Conceição, mais conhecido
como Português, é um empresário muito discreto, de 42 anos, que está escrevendo
uma bonita história no município de Itaituba. Nasceu na África do Sul, no dia 31
de agosto de 1974. Recentemente ele se tornou bastante conhecido, até
nacionalmente, por conta de uma ação social que resultou na doação de uma casa
para os garotos Hugo e Léo, com transmissão em rede nacional no programa Celso
Portiolli, SBT. Português é destaque no Perfil do Empresário.
JC - Como aconteceu de o
senhor nascer na África do Sul?
JLC
– Sou um português que de fato nasceu fora do seu país. Meus pais foram para a
África do Sul em busca de uma vida melhor, e eu nasci lá, onde vivi até meus treze
anos de idade, quando meus pais decidiram retornar para Portugal. Lá eu
continuei meus estudos, até chegar ao curso superior, tendo me graduado em
Economia, com pós-graduação e Doutorado em Economia de Empresas.
JC - Em Portugal, em que
atividades trabalhou?
JLC
– Trabalhei em bancos, trabalhei em uma empresa na área da construção civil, onde
nasceu minha paixão por essa área, e antes de vir para o Brasil eu era diretor
de uma empresa do setor da construção civil, que tinha aproximadamente seis mil
funcionários.
JC - Quando se deu sua
vinda para o Brasil?
JLC
– Eu vim para o Brasil no dia 1º de dezembro de 2005. Vim direto para Itaituba
para trabalhar em uma empresa portuguesa sediada em Miritituba, onde fiquei até
2012, ano em que eu iniciei essa nova atividade que é a JJP Construtora. Somos
dois sócios, tendo eu entrado com a metade e o outro sócio, que é uma empresa
portuguesa, de um amigo de longas datas, que entrou com metade do capital.
JC - Qual a razão de ter
deixado Portugal e vir para o Brasil?
JLC
– Eu costume dizer que os lugares bons são aqueles onde tudo está por fazer. A
Europa vive uma crise de ter que inventar o que fazer, porque está tudo feito e
só é preciso manter. E eu vi em Itaituba uma oportunidade, precisamente por
isso, porque tem muito por fazer. O município vive uma fase embrionária de
desenvolvimento e precisa de muita coisa. O clima foi outro atrativo. Eu gosto
muito do clima.
JC - O senhor já tem uma
grande identificação com Itaituba ...
JLC
– Sim, estou aqui há onze ano, e já me identifico bastante, conhecendo os
pontos fortes e os pontos fracos da cidade, sabendo do que ela precisa.
JC - A JJP começou a ficar
conhecida a partir de construções no Buriti?
JLC
- É verdade. Tudo começou no loteamento Buriti. Inicialmente compramos alguns
terrenos, porque achamos que o empreendimento tinha tudo para dar certo. No
começo houve um pouco de desconfiança, porque as pessoas comentavam que era
muito longe, mas, aos poucos foi dando certo e hoje nós estamos com mais de 400
casas feitas no local, somando as 120 casas construídas ao lado do Buriti. E
esperamos fazer muito mais.
JC - Agora a JJP está
iniciando um novo projeto...
JLC
– É verdade, trata-se do loteamento Cidade Nova, onde a gente está iniciando a
implantação da infraestrutura para a construção de 380 casas, para atender a
uma parte da população com salários mais baixos, de um salário e meio até o
teto de R$ 6,5 mil.
JC - Vai ser construído em
parceria com algum banco?
JLC
– Certamente sim. Estamos em negociações. Por enquanto não posso adiantar com
que banco será. Eu acredito que em meados de fevereiro ou março a
infraestrutura estará pronta e em junho, ou no máximo julho vamos iniciar a
construção das casas. E já que nós vamos vender as casas na planta, estamos
construindo três casas iguais aos três modelos que vamos construir, as quais
serão 100% mobiliadas para que as pessoas tenham uma informação exata do tipo
de imóvel que estarão adquirindo.
Teremos casas no valor de R$ 85 mil, que
serão a maioria, casas de R$ 100 mil e de R$ 120 mil. O acesso é bastante
fácil, podendo ser feito pela Transamazônica, entrando ao lado da Feira
Agropecuária, dobrando à esquerda no residencial Viva Itaituba, ou pela Estrada
do Bis, pelo loteamento Campo Belo. Vamos ter quadra de futebol, quadra de
vôlei, academia ao ar livre, uma área verde e uma área institucional que nós
vamos discutir com a prefeitura o que vai ser feito, se será uma escola, um
posto de saúde, ou outra alternativa.
JC - Pensa em voltar para
Portugal?
Publicado na edição 225 do JC
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