Com a série de assassinatos que
ocorreram na Região Metropolitana de Belém desde sexta-feira (20),
após a morte do soldado Rafael da Silva Costa, da Rotam, o governador do
Estado, Simão Jatene, telefonou para o ministro da Justiça, Alexandre de
Moraes, e pediu ajuda do governo federal nas investigações dos crimes.
O secretário de
segurança adjunto do Pará, coronel Hilton Benigno, disse que dos 30 assassinatos, 25
tinham características de execução. Ele confirmou que os crimes
podem ter ligação com a morte do policial. "A gente leva em consideração a
possibilidade de que os crimes sejam uma reação à morte do policial. Mas ainda
não podemos afirmar isso com clareza", destacou o secretário à reportagem
da Folha.
Na sexta-feira, a Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social (Segup) criou um gabinete permanente de situação para acompanhar e
monitorar as intercorrências registradas. O governo cobrou o envolvimento das
corregedorias da Polícia Civil e Polícia Militar para esclarecer os fatos,
identificar e punir os responsáveis.
Não foram dados detalhes da ajuda do governo
federal, mas Benigno ressaltou que o apoio seria na área de inteligência.
Mortes
O número
de execuções ocorridas desde sexta-feira foi quase dez vezes superior à média
diária de homicídios em Belém, que é de três casos, o que já é um índice
preocupante e mostra a falta de fôlego do governo do Estado em reprimir os
altos índices de criminalidade na capital.
O perfil dos crimes também fugiu do padrão usual: a
maioria aconteceu durante a tarde de sexta e em 16 bairros diferentes de Belém,
além de Ananindeua e Marituba. Normalmente, os homicídios acontecem à noite e
concentram-se nos bairros mais violentos.
Série
de assassinatos não é novidade
Em novembro de 2014, várias execuções foram
realizadas após o assassinato do cabo da
Rotam Antonio Marco da Silva Figueiredo, conhecido por Cabo Pet.
Na época, Pet estava afastado de suas funções e foi morto em uma emboscada
vítima de 20 disparos, no bairro do Guamá.
Na noite do dia
4, os crimes iniciaram e seguiram durante a madrugada
do dia 5. A matança de novembro revelou o perfil do "cabo
Pet" como um militar linha dura, tido como exemplar pelos companheiros de
farda e bastante temido no Guamá, onde era visto como um ardoroso combatente da
bandidagem. À época de sua morte, estava afastado da Rotam por razões de saúde
e respondendo procedimentos disciplinares e inquéritos policiais, dentre os
quais por homicídio, extorsão e abuso de poder.
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