Foi exatamente num sábado do ano de 2005 que circulou a primeira edição deste periódico quinzenal, que tem sobrevivido aos desafios que as micro e pequenas empresas enfrentam neste país, e de modo particular, nesta região.
Superamos o desafio dos primeiro ano, do segundo, do quinto e do sétimo, tempo no qual, em um país no qual cerca da metade das empresas criadas fecham as portas antes de completar quatro anos.
Quando lançamos o JC, a única certeza que tínhamos era que queríamos muito lançá-lo. O que viria acontecer no futuro, ah, isso, deixamos para pensar depois, focados unicamente na determinação de chegar e ficar.
Nesta edição 218 na página 2, uma crônica de autoria do editor chefe, que é o mesmo signatário deste blog fala um pouco da história dessa jornada do jornal e do jornalista.
Esperamos continuar por mais um longo tempo, com o apoio dos nossos anunciantes, anunciantes e apoiadores em geral.
O nosso Jornal do Comércio chega aos onze anos
Jota Parente - Editor Responsável
Dia 3 de setembro o Jornal do
Comércio completará onze anos de circulação ininterrupta no município de
Itaituba, sem badalação porque o tempo atual é de muito trabalho e pouca festa.
Este periódico teima em enfrentar e sobrepujar os desafios inerentes à
manutenção de uma publicação impressa nos dias de hoje, onde a concorrência com
a Internet é quase desleal.
Quando começamos com apenas doze
páginas, com uma diagramação para lá de amadora, mais parecendo um impresso de
fundo de quintal, excetuando algumas pessoas mais próximas, tivemos que
conviver com alguns comentários nada animadores tipo: mas, o povo de Itaituba
não gosta de ler! Como é que vocês vão conseguir manter um jornal, sem
leitores? Como resposta, a gente dizia que alguém precisaria dar o pontapé
inicial.
Não fomos nós, do Jornal do
Comércio, que começamos essa história de jornais impressos em Itaituba. Nos
anos 80, portanto, muito antes de nós, o agora vereador Peninha manteve a sua
polêmica Folha de Itaituba, baseado na sua experiência jornalística adquirida
nos anos de Rádio Rural de Santarém. Quando começamos, já havia a Tribuna
Tapajônica, do jornalista e escritor Nazareno Santos. Não sei da história antes
disso.
Pouco tempo depois que o Jornal do
Comércio começou a circular, Lúcio Freire lançou sua Província do Tapajós, e
algum tempo depois foi a vez de Francisco Amaral lançar a Folha do Oeste. A
Província do Tapajós parou porque Lúcio foi embora para o Paraná e a Folha do
Oeste deixou de circular porque o jornalista Francisco Amaral morreu em 22 de
fevereiro de 2015. Assim, restaram o Jornal do Comércio e a Tribuna Tapajônica,
sendo o JC o periódico que mantém regularidade na circulação. Vale lembrar, que
eu tive uma breve experiência não muito bem-sucedida com o jornal Opinião, que
fiz circular em 1998, aqui mesmo em Itaituba.
Quando eu disse que alguém tinha que
começar, talvez tivesse sido mais correto afirmar que alguém precisava
perseverar. É isso que a gente tem feito, perseverar na publicação contínua do
Jornal do Comércio, na certeza de que se a gente tivesse condições de mantê-lo
em circulação, ajudaríamos nossa população a desenvolver o hábito e o amor pela
leitura. E se de alguma maneira, por menor que tenha sido nossa participação,
se tivermos conseguido esse objetivo, já nos sentiremos recompensados.
Lá naquele longínquo julho de 1976,
quando meu saudoso amigo Leal de Souza me convidou para dar os primeiros passos
na escrita de textos esportivos para o encarte intitulado Jornal de Santarém,
publicado pelo centenário jornal A Província do Pará, jamais eu poderia
imaginar que passados quarenta anos eu poderia estar escrevendo esta crônica
sobre o nosso próprio jornal. Seu olho clínico vislumbrou em mim algum talento
para a lida jornalística, e sou grato por isso, a ele e ao Doutor Manuel Dutra,
doutor mesmo, porque tem doutorado em Ciências da Comunicação.
Recentemente comemorei quarenta e
cinco anos como radialista. Nem me dei conta que, concomitantemente estava
completando quarenta anos de jornalismo em jornal impresso, embora com algumas
diferenças, pois minha atividade de radialista eu tenho mantido de forma
ininterrupta, ao passo que o jornalismo em jornais impressos tem sido exercido
de maneira intermitente.
Manter um jornal impresso significa
matar um leão por dia e deixar o outro amarrado para o dia seguinte. É uma
atividade que requer muito esforço, que não tem faltado a mim e à minha esposa
Marilene, mulher guerreira que mantém o JC de pé junto comigo. Já houve
momentos em que cheguei a pensar em parar. Hoje, espero continuar com boa saúde
para tocar nosso projeto em frente, procurando melhorar cada vez mais.
Foi isso que eu escolhi para fazer há onze
anos, e é isso que quero continuar fazendo, pois me realizo profissionalmente
exercendo esse metiê. Sou feliz fazendo o que gosto, e só lamento não ter
tomado coragem antes para começar um pequeno empreendimento que tem nos trazido
bons resultados ao longo desses onze anos. Como ninguém faz nada sozinho,
tivemos ajuda de amigos e anunciantes, aos quais seremos eternamente gratos.
Então, bola para a frente e nada de esmorecer. Que venham muitos e muitos
outros anos com o nosso Jornal do Comércio.
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