segunda-feira, julho 25, 2016

Técnica que salvou rios do Canadá após rompimento de barragens existe no Brasil

A empresa Aplysia Soluções Ambientais disse, em seminário, que uma técnica para recuperação de rios que foi usada nos casos de Obed e Mount Polley está disponível no Brasil. Nessas duas minas canadenses houve o rompimento das barragens de rejeitos resultando em desastre similar ao ocorrido com a barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG).

No início do mês, durante o seminário “Gestão dos Riscos e Impactos Ambientais de Barragens de Rejeitos de Mineração” a diretora-técnica da Aplysia, Tatiana Furley, mostrou que as metodologias utilizadas para recuperar os rios no Canadá já existem no Brasil e foram aplicadas no rio Mangaraí, em Santa Leopoldina (ES), antes mesmo do desastre no rio Doce.

“Como os incidentes de lá aconteceram em 2013 e 2014 e os recursos hídricos já foram revitalizados, nossa equipe viajou em maio ao país para conhecer as técnicas e os resultados destes dois casos. Ficamos surpresos ao descobrir que era o mesmo método que usamos aqui”, contou Tatiana.

O evento aconteceu em Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e com a ArcelorMittal, com a presença de técnicos e gestores de mineradoras, órgãos ambientais e Ministério Público.

Uma das palestrantes, a canadense Kari McDonald, da Westmoreland Coal Company, gestora de 18 minas no Canadá e nos Estados Unidos, incluindo a de Obed, ressaltou que a principal mudança após o rompimento da barragem de rejeitos foi o relacionamento entre mineradoras e órgãos ambientais.

“Três anos após o desastre, a legislação foi alterada e a principal exigência foi a transparência das operações. Hoje temos sites abertos, por exemplo, onde todos podem ter acesso às informações e isso fortalece a relação de confiança entre as partes envolvidas”, destacou a gestora.

Outra lição aprendida é a necessidade de ter conhecimento prévio dos rios, fundamentado em metodologia científica aplicada aos casos, destacou o professor Luis Felipe Hax Niencheski, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), também palestrante no evento. 

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