A partir desta edição, até chegarem
as eleições, o Jornal do Comércio abre espaço para os pré-candidatos
majoritários e proporcionais de Itaituba, para que eles possam expor suas
propostas e ideias, contribuindo para que o eleitor possa conhecer os que propõem
serem seus representantes. Abre essa seção, o jornalista Diego Mota, que foi
candidato na eleição de 2012, tendo obtido boa votação.
JC - Por que você
quer ser vereador?
Diego - Vejo que a
população é carente de pessoas comprometidas com os mais necessitados; de
políticos que respeitem o próximo e que saibam dar valor à confiança dos mais
humildes. Compreendo que a política deve ser tratada de maneira séria e que
valores como a moral e a ética não podem ser desprezados por interesses escusos
e pessoais.
Meu interesse ao ingressar na carreira
política, como postulante a uma cadeira de vereador, é contribuir para a
melhoria da cidade que escolhi para morar, município este que me acolheu de
braços abertos e me deu oportunidade de construir uma família, uma carreira e
um nome de respeito. Tenho um histórico em defesa de nossa cidade, seja como
profissional, militante de entidades ou como cidadão, e quero uma Itaituba
melhor para todos nós. Vejo a política como um instrumento de conquistas para o
nosso povo. Por esse motivo estou colocando meu nome novamente à disposição do
eleitorado Itaitubense.
JC - Como você avalia
sua primeira experiência como candidato a vereador?
Diego - Marinheiros de
primeira viagem tropeçam em muitas questões e no meu caso não foi
diferente. Houve falhas de estratégia, planejamento e organização. A
equipe era reduzida e os recursos escassos. Porém, fizemos uma campanha humilde
e pé no chão, e mesmo assim alcançamos 510 votos.
Fomos historicamente o candidato da
imprensa que mais votos recebeu e ficamos suplente da coligação PMN-PT. Nossa
votação surpreendeu a muitos que duvidavam de nossa capacidade. A derrota é uma
das grandes lições de um vencedor. Perder, nos torna mais forte e capaz de
reinventar a história de uma maneira mais criativa e promissora; essa é nossa
missão nesta nova jornada.
JC - Onde você
considera que falhou na campanha de 2012, que poderia ter impedido de se
eleger?
Diego - A disputa
eleitoral de Itaituba é bem antecipada, no nosso caso, começamos tarde a
divulgação de nossa pretensão e isso nos prejudicou em 2012. Também não
tínhamos muita experiência nas costuras políticas que antecedem a campanha,
como o diálogo com os majoritários e a matemática acerca das coligações.
Considero que nossa campanha anterior foi bem amadora do ponto de vista
organizacional. Aproveitamos bem o marketing pessoal, mas faltou estrutura,
apoio e corpo ao nosso projeto. Além disso, uma grande falha da nossa eleição
anterior foi ter andado pouco, desta vez, queremos estar mais disponíveis para
ir aos quatro cantos da cidade e divulgar nosso projeto direto ao eleitor.
JC - Faltou dinheiro
na campanha de quatro anos atrás?
Diego - Se comparado a
muitos outros candidatos, sim. Teve candidato a vereador, na eleição passada,
que gastou bem mais do que nós. Minha campanha foi humilde e feita “no bico do
lápis”. O recurso para a campanha é um dos principais desafios para o
candidato, pois as demandas são muitos grandes e não se conquistam aliados e
eleitores apenas com ideologia;
infelizmente
esta é uma realidade visível em Itaituba. Mesmo assim, tivemos recurso
suficiente para tocar uma campanha modesta. Vejo hoje que o grande problema não
é a quantidade do recurso, mas, a forma como ele é investido. Às vezes o
candidato deposita sua esperança em prioridades erradas e os resultados são
desastrosos.
JC - Desde que
terminou a campanha passada, em vez de baixar a cabeça, você procurou manter um
canal de comunicação com quem o apoiou?
Diego - Esse foi um dos
fatores positivos que impulsionaram nosso nome nesta campanha. É obvio que uma
derrota política é dolorosa para o candidato em vários aspectos. Entretanto,
não deixamos que o fracasso pairasse sobre nossas cabeças. Pelo contrário, a
boa votação recebida nas urnas nos fortaleceu.
Reelegemo-nos presidente da
associação dos profissionais de imprensa, realizando um trabalho sério e
transparente que garantiu o apoio e a confiança dos colegas da comunicação.
Como vice-presidente do fórum das entidades defendemos causas importantes de
interesse da coletividade como a pavimentação do perímetro urbano da rodovia
transamazônica, entre outros. Participamos de diversos órgãos de deliberação
social e representativo de classe. Ampliamos nossa atuação em diversos
seguimentos e fortalecemos os laços com nossos principais apoiadores.
O trabalho na mídia nos permitiu
expor nossas angústias e preocupações referentes ao município e ter um
relacionamento diário com a nossa população. Utilizamos os meios tecnológicos
para ampliar nossa rede de contatos e divulgação de nosso trabalho. Neste
quesito, acho que realizamos um excelente trabalho e os frutos desta ação estão
sendo colhidos agora.
JC - O pré-candidato
Diego Mota ampliou sua base de apoio?
Diego - Sem duvida. Nosso
desempenho como profissional de imprensa e militante dos movimentos sociais nos
proporcionou um contato amplo com novas esferas da sociedade, potencializando
nossa rede de relacionamento. Nosso grupo de aliados foi ampliado e hoje
contamos com um número maior de líderes que aderiram ao nosso projeto político
e confiam na nossa capacidade para representá-los com dignidade, seriedade e
competência.
Destaco entres estes, meu amigo
Maranhão Solidariedade, personagem que considero decisivo nesta campanha e de
onde espero uma grande quantidade de adesões pelo seu reconhecimento e
prestígio junto à população carente de Itaituba, beneficiada pelo seu
importante projeto social. Além dele, há em nosso time, presidentes de bairros,
de associações, líderes religiosos e outros apoiadores influentes em nosso
município.
JC - Você já está
devidamente inteirado das mudanças advindas com a reforma política de 2015?
Diego - Perfeitamente. A
reforma da lei eleitoral trouxe novas regras para o pleito deste ano e
precisamos estar atentos. Considero um avanço a redução do período de campanha,
dos materiais publicitários que necessitavam de um maior investimento, do prazo
de filiação partidária, entre outros. Existem ainda algumas questões que geram
duvidas, mas, nós, pré-candidatos, teremos que ser atenciosos aos prazos
apertados, às mudanças no limite de gastos e na prestação de contas. Candidato
que não tiver auxílio de um contador e um advogado poderá ser prejudicado.
Participei recentemente de um seminário sobre regras eleitorais e percebi a
seriedade destas questões. Um dos juristas mais respeitados da área no país
revelou que esta deverá ser a campanha mais judicializada da história. Estou
estudando sempre a legislação e pretendo respeitar tudo aquilo que a Justiça Eleitoral
determina, para evitar transtornos futuros.
JC - Que pontos
considera que tornaram a campanha mais fácil, e o que você acha que complicam,
ou podem complicar a vida do candidato?
Diego – Ficou melhor a
redução do período de campanha que foi reduzido para somente 45 dias, a
autorização da pré-campanha que libera muitas ações antes proibidas, a redução
de gastos com material gráfico também foi positiva.
Ficou mais difícil para quem está
iniciando agora por causa do tempo reduzido de trabalho. Vai ficar complicado
para o candidato administrar o tempo de campanha, pois antes de ir as ruas é
preciso tirar CNPJ e realizar outros processos burocráticos.
A prestação de contas, que agora
será praticamente simultânea, também vai tomar muito tempo. Candidato que não
quiser ficar pra trás tem se apressar, se organizar antecipadamente para evitar
surpresas e não correr o risco de ganhar e não levar. Outra coisa: como não
teremos mais horário de TV, será preciso gastar sola de sapato para conquistar
o eleitor.
JC - Tem candidato
que promete fazer isso e aquilo, como se fosse candidato a prefeito, ao passo
que seu papel principal, sendo eleito, deveria ser de fiscalizar o poder
executivo. Se eleito for, como você pretende se comportar quanto a isso?
Diego - Vejo isso como um
método frequente adotado pelos candidatos. É por isso que muitos eleitores
ficam frustrados, quando percebem que o político em quem votou não cumpriu
aquilo que prometeu. Nas minhas conversas com a população sou realista e
verdadeiro. Defendo que a principal missão de um legislador é legislar, ou
seja, vigiar as leis do município e sugerir propostas para melhoria da
qualidade de vida da população.
Minha postura, se eleito, será
simples: ser a favor do que é certo e contra o que é errado. Não é minha intenção
ser advogado do governo e nem um metralhador oportunista. Quero utilizar o
diálogo como mecanismo de ação, usar nossa experiência e prestigio para lembrar
os esquecidos. Por onde passei sempre deixei uma marca positiva e quero
continuam da mesma forma também na política, fazendo compromisso e não
simplesmente promessa.
JC - Você foi
candidato no grupo de Valmir Climaco em 2012. Nos últimos meses esteve ao lado
da prefeita Eliene Nunes e recebeu convite para fazer parte do grupo do
pré-candidato Ivan D'Almeida, mas terminou voltando para o grupo de Valmir.
Isso não pode ter lhe causado desgaste junto aos eleitores?
Diego - Tenho explicado
estas questões aos meus colaboradores e simpatizantes. Quem me conhece sabe que
sou muito profissional e não misturo as coisas. Trabalho de acordo com meus
princípios e conceitos. Em 2012, estava no PMN, a convite do Dr. Benigno Reges
e nossa coligação apoiou o ex-prefeito Valmir Climaco. Só me desvinculei do PMN
em setembro de 2015, quando assinei minha adesão ao DEM.
Neste mesmo período aceitei convite da atual
prefeita para assumir a direção do programa CREDCIDADAO, que é de
responsabilidade do governo do estado e gerenciado pelo município. Fiquei
apenas seis meses à frente do órgão e acredito ter prestado um serviço a
contento, apesar da estrutura reduzida. Vale ressaltar que não assinei
ficha de adesão em qualquer partido aliado à gestão atual. Portanto, encarei
meu trabalho junto ao governo municipal como uma prestação de serviço, uma
relação de trabalho e uma tentativa de aproximação.
Em abril deste ano, entreguei minha
solicitação de demissão, atendendo exigência da justiça eleitoral, que obriga a
desincompatibilização do serviço público para quem deseja participar do
processo eleitoral. No desligamento, agradeci a oportunidade de poder mostrar
nosso potencial e saí do governo sem mágoas ou rancores.
É natural que nesta época decisiva, cada pré-candidato
busque as melhores condições de fazer o seu trabalho na eleição. Realmente,
recebi uma ótima proposta do grupo do pré-candidato Ivan D Almeida, mas após
decisão amadurecida e racional junto ao nosso grupo político, resolvemos
aceitar convite do deputado federal Chapadinha para assumir a direção local do
PTN e consequente aliarmo-nos ao grupo do PMDB novamente.
Ao contrario do que tentam propalar, nunca
fiz leilão de meu apoio, nunca negociei nosso grupo. Nossa adesão ao PTN é
fruto de uma decisão coletiva com nossos principais colaboradores e fortalece
nossa estratégia para chegar a uma das cadeiras do poder legislativo. Tenho
certeza de que quem compreende o processo político reconhece que este é o
percurso natural, e quem conhece nossa índole e nossa historia jamais irá
duvidar de nossas razões.
JC - Sua mensagem
final
Diego - Minha mensagem vai para todos os
leitores deste conceituado jornal. Aqueles que, assim como eu, amam Itaituba e
torcem pelo bem desta cidade. Peço que cada um avalie bem os candidatos desta
eleição; que estejam atentos ao seu passado, seu currículo de serviços e suas
propostas. Nossa cidade vive um momento de transformação e precisa de
representantes comprometidos e capacitados para enfrentar os desafios.
Sinto-me preparado para representar bem nossa
população e acredito que não vamos decepcionar. Aproveito para dizer que se
eleito for, comprometo-me a fazer um trabalho sério e responsável na política,
mantendo o mesmo perfil que sempre tivemos na nossa carreira profissional.
Agradeço a todos que estão aderindo ao nosso projeto e vamos à luta com muita
humildade, coragem, determinação e fé no Criador.
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