Senadores aprovaram instauração de processo por 55 votos a 22. Presidente fica afastada por até 180 dias enquanto é julgada no Senado.
O
plenário do Senado Federal aprovou às 6h34 desta quinta-feira (12) a abertura
do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff por 55 votos a favor e
22 contra. Com a decisão, ela fica afastada do mandato por até 180 dias. Com o
afastamento de Dilma, o vice Michel Temer assume a
Presidência da República.
A
sessão começou às 10h desta quarta-feira (11) e durou mais de 20 horas. O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou – ele só votaria em
caso de empate. Dois senadores, de licença médica, se ausentaram: Jader
Barbalho (PMDB-PA) e Eduardo Braga (PMDB-AM).
Segundo
Renan informou após o resultado da votação, a presidente vai manter, no período
em que estiver afastada, o direito à residência oficial do Palácio da Alvorada,
segurança pessoal, assistência saúde, remuneração, transporte aéreo e terrestre
e equipe a serviço do gabinete pessoal da Presidência.
Agora, o
Senado passará a colher provas, realizar perícias, ouvir testemunhas de
acusação e defesa para instruir o processo e embasar a decisão final. O
julgamento será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Ricardo Lewandowski, que também comandará a Comissão Processante do Senado.
O impedimento definitivo da presidente depende
do voto favorável de 54 (dois terços) dos 81 senadores, em julgamento que ainda
não tem data para ocorrer.
Repercussão
Logo após o resultado, políticos comentaram, ainda no plenário a decisão de afastar Dilma por até 180 dias.
Para o senador Aécio Neves (MG),
presidente nacional do PSDB, o novo governo, de Temer, não poderá errar e
precisa fazer "grandes reformas".
"Acredito muito na sinalização. Uma
nova sinalização que poderá ser dado nesse governo. Temer terá uma chance e não
poderá errar. Terá o PSDB ao seu lado para minimizar os danos causados pelo
governo.
Certamente ele não terá apoio apenas
congressual, mas da sociedade brasileira, se estiver disposto a fazer as
grandes reformas", afirmou Aécio.
Humberto Costa (PT-PE), líder do governo,
afirmou que o primeiro passo do PT vai ser defender o programa do partido e
fazer oposição ao governo Temer.
"Ontem tivemos políticas públicas que
fizeram o país avançar. Certamente esse legado será lembrado pelo povo
brasileiro. Quanto a recursos vamos avaliar se cabe algum tipo de recurso a
essa decisão. Nosso primeiro passo vai ser resgatar o programa do PT,
acompanhar esse governo ilegítimo e defender a força das nossas
propostas," disse Costa.
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE)
afirmou que o dia não é de comemoração, mas que o afastamento da presidente dá
uma "esperança" para a população.
"Não é um dia de comemoração. Algumas
comemorações que aconteceram foram por parte de deputados, que vieram da outra
casa, e fizeram ligeira
manifestação.
[...] A expectativa é de esperança
para o povo brasileiro. O Congresso tomou a decisão sintonizada com sentimento
das ruas. Não é algo que possamos comemorar, mas algo que devemos levar como
processo de renovação e esperança", disse Eunício.
Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o
afastamento de Dilma é um "absurdo". Ele voltou a argumentar, como
tem feito nos últimos dias, que a presidente não cometeu crime de
responsabilidade.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário