A prefeitura resolveu desembolsar mais
de trezentos mil reais para construir um shopping popular numa das áreas mais
valorizadas da cidade. Quando ficar pronto, o local deve abrigar cerca de
sessenta vendedores ambulantes.
A
medida atende a uma recomendação do Ministério Público para a administração
municipal desobstruir as calçadas e passeios públicos do centro da cidade.
A
recomendação poderia ser cumprida simplesmente com a retirada dos camelôs das
calçadas, mas a prefeita resolveu investir trezentos e treze mil para acomodar os
vendedores ambulantes.
Do
ponto de vista político, essa obra pode até ser importante para a prefeita, mas
é questionável quando se avalia a utilização desse espaço para a construção
desse shopping popular; não que os ambulantes não mereçam um local para se estabelecerem
como empreendedores; não é esse o questionamento. O temor é que com as
administrações sempre muito frouxas e às vezes até desleixadas, esse
empreendimento venha atrair mais ambulantes que o previsto e não resolva o
problema das ocupações irregulares.
Esse
investimento também é criticado por quem gostaria de ver esses recursos sendo
usados para recuperar o prédio da prefeitura na travessa 15 de agosto que está
abandonado, enquanto as repartições públicas municipais estão espalhadas por
vários pontos da cidade e os alugueis representam uma sangria considerável para
os cofres públicos.
Todos
esses questionamentos são compreensíveis, mas o problema é que a lógica dos
políticos nunca é a lógica da população.
Jornalista
Weliton Lima.
Artigo
veiculado no telejornal Focalizando, quinta-feira, 26/05/2016
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