Por meio do Twitter, Greenwald disse achar "estranho - mídia brasileira parece totalmente desinteressada no que a população pensa sobre Temer [presidente interino Michel Temer] ou sobre o impeachment", postou. Ele também comentou o editorial do jornal O Estado de São Paulo em que o veículo de comunicação praticamente pede sua expulsão do país sob a alegação de estar a serviço da "causa lulopetista".
O
jornalista respondeu que esta é "mesmo a mentalidade de um jornal que
aplaudiu um golpe e a ditadura militar".
O
jogo sujo da desinformação
O Brasil, sua
democracia e suas instituições estão sendo enxovalhados no exterior por uma
campanha de difusão de falsidades cujo objetivo é denunciar a “ilegitimidade”
do presidente em exercício Michel Temer.
Diante
da ousadia desses delinquentes a serviço da causa lulopetista, não basta ao
Itamaraty limitar-se a orientar suas missões no exterior sobre como responder a
essa onda de desinformação. Será necessária uma atitude mais resoluta para
contra-arrestar as mentiras e deixar claro aos governos e à opinião pública de
outros países que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff vem
cumprindo todos os requisitos legais, e também para defender a decisão soberana
dos eleitores brasileiros, devidamente representados no Congresso que votou
pelo afastamento da petista.
Na mais recente
ofensiva da patota petista, um jornalista usou uma rotineira entrevista do
porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mark Toner, para tentar
induzir a Casa Branca a reconhecer que houve um “golpe” no Brasil e que a
democracia no País foi arruinada.
Na entrevista, dia 24
passado, o jornalista, não identificado, mencionou os diálogos entre o então
ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sergio
Machado – a quem o repórter chamou de “ex-magnata do petróleo” –, sugerindo ter
havido ali um arranjo para derrubar Dilma. Então o repórter perguntou: “À luz dessas
revelações, não seria hora de começar a considerar que o que aconteceu no
Brasil pode ter sido um golpe brando?”.
O porta-voz Mark
Toner respondeu que, para o governo americano, conforme já manifestado “várias
vezes”, o processo democrático brasileiro e suas instituições “são estáveis o
bastante e fortes o suficiente”, razão pela qual o País “é capaz de superar sua
crise política”. Em seguida, para encerrar a conversa, disse: “Desse ponto em
diante, não falarei sobre a política interna do Brasil”.
O verdadeiro papel
daquele jornalista ficou explícito: não se tratava de fazer uma entrevista, mas
sim de provocar um constrangimento. Disse o repórter: “Bom, isso é
interessante. O novo governo acabou com todas as investigações anticorrupção
contra os políticos que a ele haviam aderido” – algo que simplesmente não é
verdade. E ele desatou a fazer um discurso como se estivesse numa assembleia
estudantil: “Eles começaram a vender bens estatais, estão falando em mudar a
política externa brasileira e formaram um Ministério inteiramente masculino,
feito de gente ligada ao mercado e à indústria, gente que era hostil a uma
porção de prioridades do governo anterior, e nada disso foi feito com o voto
popular. O povo não teve nenhuma palavra nisso. Houve mesmo um processo
democrático? Os Estados Unidos consideram aquilo um processo democrático?”.
Para não permitir que
o Departamento de Estado americano continuasse a servir como palanque para o
embuste lulopetista, o porta-voz interrompeu a conversa depois de reafirmar a crença
dos Estados Unidos na força da democracia do Brasil e de dizer que não faria
nenhum reparo às “mudanças internas no governo brasileiro”.
Não se trata de um
episódio isolado. Os advogados da causa petista, aqui e no exterior, não se
sentem constrangidos em apelar para a desinformação quando se trata de tentar
caracterizar a “ilegitimidade” de Michel Temer. Um desses ativistas, o
americano Glenn Greenwald, chegou ao cúmulo de publicar reportagem na qual diz
que Temer não poderia assumir a Presidência porque “está por oito anos impedido
de se candidatar a qualquer cargo público”. Ou seja, o jornalista tratou como
condenação definitiva o que é apenas a opinião da Procuradoria Regional
Eleitoral de São Paulo, a propósito de uma multa de R$ 80 mil imposta a Temer
por ter feito doações eleitorais acima do teto.
Derrotado
fragorosamente quando tentou emplacar a tese do “golpe”, rejeitada in
totum pelo Supremo Tribunal Federal, restou à trupe lulopetista espalhar
mundo afora que Temer é “ilegítimo”. É esse o jogo sujo que o Itamaraty terá de
enfrentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário