O Globo - Brasíia - Dilma Rousseff começou no domingo a se despedir da cadeira de
presidente do Brasil. Pouco mais de um ano depois de reeleita e de 13 anos de
PT no poder, a Câmara autorizou o processo de impeachment da petista por crime de
responsabilidade.
Isolada, sem apoio da grande maioria dos partidos de sua
ampla coalizão eleitoral, Dilma dificilmente terá forças para impedir que o
Senado abra o processo e a afaste do cargo, numa votação por maioria simples,
nas próximas semanas. Em guerra declarada com o PMDB de seu vice Michel Temer,
maior partido do Congresso, a presidente teve menos votos do que esperava o
Planalto. Foi o que se viu também nas ruas por todo o país, onde as
manifestações pró-impeachment reuniram mais público do que as de apoio ao
governo. Não surtiu efeito sequer o esforço do ex-presidente Lula, cuja
nomeação como ministro para escapar do juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, ajudou a
agravar a crise. Temer assumirá por 180 dias assim que o Senado abrir o processo
Autorizado pela Câmara dos Deputados, o processo de
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff segue agora para o Senado, que
deve instalar já na quarta-feira a comissão especial para analisar se Dilma
cometeu crime de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais”.
Caso a maioria dos senadores decida abrir o processo, Dilma será afastada
imediatamente por até 180 dias, enquanto a Casa analisa se há provas para
cassar seu mandato em definitivo. O presidente do Senado, Renan Calheiros, deseja
realizar essa votação entre os dias 10 e 11 de maio. Outros senadores, no
entanto, já tentam encurtar esse prazo para afastá-la antes.
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