O Globo - BRASÍLIA
- O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu na terça-feira o processo de
licenciamento para construção da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós. O rio
Tapajós, no Pará, é o principal aproveitamento hidrelétrico para geração de
energia no horizonte do governo federal neste momento, com mais de 10 mil
Megawatts (MW) – Belo Monte, para efeito de comparação, tem 11.233 MW.
Segundo
ofício enviado ontem pela presidente do Ibama, Marilene Ramos, ao diretor da
Eletrobras, Valter Luiz Cardeal de Souza, ao qual o GLOBO teve acesso, as
informações enviadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) “apontam a
inviabilidade do projeto sob a ótica do componente indígena e recomendam a
suspensão do processo de licenciamento ambiental enquanto não adotadas
providências que vão além das atribuições do Ibama, da Funai e da Eletrobras”.
Também na
terça-feira Marilene enviou outro ofício a João Pedro Gonçalves da Costa,
presidente da Funai, comunicando a suspensão do licenciamento. Em novembro de
2014, após a entrega dos estudos pelo grupo coordenado pela Eletrobras, a Funai
solicitou ao Ibama a interrupção da análise em razão de erros no componente
indígena do estudo – os aspectos que afetam diretamente as comunidades
indígenas.
Na
terça-feira, Dia do Índio, a Funai também deu um passo fundamental para
homologar a terra indígena Sawré Muybu, onde vivem os mundurucus e que seria
afetada pela construção da hidrelétrica do Tapajós. Assim como ocorre com Belo
Monte, a usina de São Luiz do Tapajós, com orçamento inicial de R$ 26 bilhões,
vinha suscitando diversos questionamentos de órgãos ambientais e grupos
indígenas.
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