A
audiência da Câmara Municipal para tratar dos altos preços da botija de gás
vendido em Itaituba durou mais de 5 horas. A reunião aconteceu quinta-feira,
14, e foi presidida pelo vereador Peninha, autor do requerimento, tendo contado
com a presença dos vereadores, do coordenador do Procon no município, advogado
Moisés Carneiro, do representante da ANP-Agência Nacional de Petróleo, Leônidas
Vilhena, de um representante da OAB, de um representante do CDL e Associação
Comercial, o empresário Fabricio Schuber, representantes dos revendedores de
gás e lideranças comunitárias.
Peninha falou sobre o objetivo da audiência.
Disse
que diariamente recebe reclamações da população com relação ao preço da botija
de gás vendida em Itaituba a R$ 72,00 e do garrafão de água mineral, R$
12,00. Isso provocou a Câmara a marcar esta audiência para discutir com os
revendedores de gás de Itaituba o preço que hoje está sendo vendido a botija.
Em
seguida, representantes da comunidade se manifestaram protestando contra o que
consideram um abuso, no caso, os preços praticados nesses dois produtos.
Disseram que em Santarém a botija custa R$ 55,00. E querem saber porque em
Itaituba uma botija é vendida por R$ 72,00.
Muita
discussão girou em torno disso, causando muito bate boca entre representantes
das empresas revendedoras com populares, sendo obrigado o presidente de a sessão
interromper a discussão.
O
representante da empresa Liquigás, Nailson da Silva Viana, falou em nome dos
revendedores e defendeu o preço. Disse que os distribuidores não podiam baixar
o preço, porque se não seriam obrigados a fechar o comércio, já que tem muitas
despesas.
Mostrando
uma planilha do valor que compra o gás e suas despesas, Nailson justificou o
preço de R$ 72,00 da botija vendida em Itaituba. Ele mostrou uma lista de
cidades brasileira com o respectivo preço praticado na venda de gás. Entre
elas, Cuiabá, onde a botija é vendida ao preço R$ 83,00. Em Altamira, custa R$
65,00 e em Santarém, no próprio documento, Nailson mostra que uma botija de gás
é vendida ao preço de R$ 56,00.
Com
relação à água mineral, o próprio Nailson confessou que compra em
Santarém a R$ 2,70 o garrafão de água mineral e que um garrafão
chega a Itaituba ao preço de R$ 4,70. Aqui ele vende no atacado ao preço de
R$ 12,00. O empresário sempre defendeu os preços dos seus produtos, alegando
suas despesas.
O
vereador Peninha, em aparte, discordou das colocações de Nailson. Disse que é
inadmissível, que em Jacareacanga, a 400 quilômetros de Itaituba, uma botija seja
vendida ao preço de R$ 75,00. Apenas R$ 3,00 a mais do que o preço em Itaituba.
Também disse que em Moraes Almeida e em Castelo de Sonho a botija é vendida ao
preço de R$ 72,00, o mesmo preço de Itaituba.
O
representante da ANP, Leônidas Vilhena, disse que a agencia está atenta à
fiscalização, mas que com relação ao preço, ele não pode fiscalizar, pois
depende de outras instâncias dentro do próprio órgão. Entretanto, na
fiscalização que fez no comercio local, encontrou varias irregularidades nas
distribuidoras de gás, inclusive autuando algumas.
Já
o coordenador do Procon, Moisés Aguiar, foi objetivo no seu pronunciamento.
Disse que não pode confirmar que haja cartel na venda do gás, mas admitiu que
há um alinhamento nos preços da botija vendida em Itaituba.
Houve
muito bate boca entre os representantes das distribuidoras, vereadores e
populares, mas no final da audiência foram dados os encaminhamentos. Ficou
decidido que dentro de 10 dias as empresas vão apresentar uma planilha
justificando o preço que hoje está sendo praticado na venda da botija de gás em
Itaituba, assim como também vão apresentar um relatório que justifique o preço
do garrafão de agua mineral vendido ao preço de R$ 12,00 aqui. Essa planilha
será analisada pelo Procon que tomará as providencias cabíveis no
sentido
de regulamentar os preços desse.
Por
outro lado, o vereador Peninha teve acesso a informações importantes sobre o
preço do gás entregue aos distribuidores em Itaituba. Na Liquigás, por exemplo,
a empresa compra uma botija de gás ao preço de R$ 41,64 em Belém. Não paga
nenhum centavo de transporte, pago pela distribuidora em Belém. Aqui vende a R
72,00 a botija. A margem de lucro por varejo é de R$ 30,36 por botija.
Pelo
relatório apresentado, relativo ao mês de março, o senhor Nailson vendeu 13.668
unidades. Se a margem de lucro de cada botija foi R$ 30,36 multiplicando este
valor pela quantidade de botijas vendidas a empresa faturou mais de R$ 414.960,48.
É necessário que se saiba, também, que a Liquigás entrega no varejo para
pequenos comerciantes revenderem de gás ao preço de R$ 57,00 a botija. Então
deve haver uma redução na margem de lucro do valor acima, porém, mesmo assim a
empresa está praticando preços altos na venda de gás em Itaituba.
A
Paragás Distribuidora, em Belém, entrega a botija ao preço de R$ 18,17. O frete
do vasilhame de Belém a Itaituba custa R$ 5,65. A botija é entregue ao
revendedor em Itaituba ao preço de R$ 47,69. A margem de lucro é de R$ 29,52.
Aqui o gás é vendido ao preço de R$ 72,00.
No
entendimento de Peninha, as empresas distribuidoras de gás em Itaituba, querem
pagar todos os seus custos com os grandes lucros praticados, tanto na venda de
gás quanto de água mineral. Ele entende que além dos custos inerentes a esse
tipo de atividade, como pessoal e transporte, embutem ainda despesas como
parcelas de seus veículos, além de outras.
Fonte: blog do Peninha
Edição de texto: Jota Parente
Fonte: blog do Peninha
Edição de texto: Jota Parente
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