terça-feira, março 08, 2016

Republicanos dão guinada à direita para apoiar o candidato menos ruim

WASHINGTON - Para evitar a nomeação de Donald Trump, líderes do Partido Republicano estão começando a considerar o apoio a Ted Cruz. O senador texano, contudo, nunca foi próximo à cúpula do partido e tem ideias de extrema-direita, o que fazem dele um candidato pouco competitivo nas eleições presidenciais de novembro. Mas, diante do cenário de caos esperado, Cruz, que registrou bom desempenho nas primárias do fim de semana, se torna uma opção.
A campanha de Cruz esperava anunciar, ainda na noite de ontem, o apoio de até quatro senadores. Até então, nenhum dos colegas do texano sustentava sua candidatura, mostrando o quão rejeitado ele era. Em seus discursos de vitória, Cruz sempre faz questão de provocar a cúpula republicana e dizer que quem decide o candidato é o povo “e não a burocracia de Washington”.

Mas, diante do fracasso de Marco Rubio — o senador da Flórida venceu apenas nas primárias de Porto Rico e teve desempenho muito pior que o estimado —, Cruz surgiu como candidato ainda com viabilidade para tirar a liderança de Trump. Ao vencer em Kansas e no Maine, o texano já acumula vitórias em seis estados e soma 300 delegados para a convenção de julho.


Se for nomeado, Cruz terá dificuldades para conquistar o voto dos moderados e independentes em novembro. Ele listou nove prioridades em sua campanha, entre elas: “restaurar a Constituição (e permitir o uso da palavra “Deus” em escolas e textos de lei, além de acabar com o Obamacare, o programa de saúde pública do governo federal), “proteger a Segunda Emenda” (ou seja, o direito a compra e ao porte de arma para todos os americanos), “tratar da segurança das fronteiras como segurança nacional” (impedindo qualquer iniciativa para legalizar os imigrantes sem papéis e ainda reduzir os espaços para a imigração legal), “Vida, casamento e família” (é totalmente contrário a qualquer forma de família que não seja um casamento entre homem e mulher), “Trabalho e oportunidade” (quer reformar todo o sistema fiscal dos EUA, criando novas reduções de taxas) e “controlar Washington” (propondo uma profunda redução do tamanho do Estado).

O Globo

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