O
PMDB se transformou em um partido que é uma decepção para os seus filiados que
tem vergonha na cara.
Quem
afirma isso sou eu, que cresci nos anos 50 e começo dos anos 60, em uma família
que era apaixonada pelo PSD, num tempo em que era inconcebível a um partidário
de Juscelino Kubitschek e Magalhães Barata, trocar de lado, sobretudo se fosse
para a UND.
Da
mesma forma, não era aceito que alguém do partido de Carlos Lacerda, grande
liderança nacional da UND, e Zacarias de Assunção no Pará, trocasse esse
partido pelo PSD. Mas, esse foi outro tempo, no qual a palavra de um cidadão
valia alguma coisa e princípios políticos eram respeitados.
Do
PSD saiu muita gente boa para fundar o MDB, que mais tarde virou PMDB.
Com
a chegada da ditadura militar ao poder, em 1964, que amanhã completa 52 anos, os
militares estabeleceram o bipartidarismo, e com ele aconteceu a criação da
Arena, de apoio aos militares e o MDB de oposição, um grande guarda-chuva que
abrigou políticos de todas as tendências contrárias à direita que dominava o
país a ferro e fogo.
O
MDB teve figuras que entraram para a história da República como grandes homens,
pela coragem de enfrentar a ditadura, sem jamais virar as costas para a ética,
como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro e Amaral Peixoto dentre
tantos outros.
Foi
esse partido que eu admirei por muito tempo, que hoje me causa repulsa pelo
comportamento dos seus comandantes e de muitos que o integram. Hoje, o partido
tem um P que não deveria ter mudado os seus rumos, e não foi o P que provocou a
mudança, mas, os homens que vieram depois.
O
PMDB de hoje, aliás, isso já vem de muitos anos, é o PFL (atual DEM) de um
passado recente. Qualquer que fosse o governo, o PFL estava dentro. No
presente, quem faz isso é o PMDB, não interessando se o governo é de direita ou
de esquerda. O partido quer mesmo é se dar bem, e pronto.
O
desembarque do PMDB, do governo federal é a maior prova do que afirmo aqui,
pois o partido não deixou as tetas do poder central porque está preocupado com
o bem do país. O Brasil que se dane! O que esse partido quer mesmo é que Michel
Temer sente na cadeira da presidente Dilma Rousseff, cujo governo acabou e não
avisaram para ela.
O
PMDB é um partido oportunista, pouco se importando com os compromissos
assumidos com seus aliados no passado. O que conta são os acordos de última
hora, que lhe proporcionem chegar ao poder supremo da nação. E isso eu repudio
como cidadão e como ex-filiado.
Michel
Temer, vice-presidente, pode não ter máculas em sua história política, quanto a
questões de envolvimento em corrupção, mas, é o oportunista mor da nação, pois,
será que somente agora, passados mais de cinco anos nos quais ele é vice de
Dilma, ele descobriu que o PT não presta, que o PT se envolveu em escândalos
nunca antes vistos na história deste país, como diria Lula?
Não,
os movimentos do senhor Michel Temer são todos friamente calculados, e ele, sem
nenhum escrúpulo, sem nenhum peso na consciência, vira as costas para aqueles que
conduziram muito mal o país, jogando-nos nesse abismo econômico e político.
Sou
do tempo em que acordos feitos por homens em qualquer esfera eram cumpridos,
arrebentasse onde arrebentasse. Mas, enfim, isso foi há muito tempo. Contudo,
confesso que nesse aspecto em tenho saudades dos velhos tempos.
Quanto
ao PMDB, sem que jamais tenha me filiado a nenhum outro partido, e tenha
continuado admirando o partido do Dr. Ulisses por muitos anos, admito que essa
agremiação, hoje em dia, envergonha-me por ter se tornado um partido
oportunista, com muitos oportunistas em seus quadros, sem falar no grande
número de corruptos que estão às voltas com tribunais do país.
E
como diz o ditado, que nada é tão ruim que não possa piorar, os jornais de hoje
noticiaram que o PMDB já tem um esquema pronto para salvar o mandato de um
grande corrupto e mau caráter que atende pelo nome de Eduardo Cunha, presidente
da Câmara Federal. Aí, meus amigos, vai ser a pá de cal que falta para
avacalhar de vez com esse partido. Mas, enfim, nossa politica virou isso aí que
todos vemos, com ladrões protegendo ladrões, porque existimos nós, aqui na
camada de baixo, para pagar a conta.
Jota
Parente
Jornalista
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