BRASÍLIA - Na reta final da janela do troca-troca
partidário, 68 deputados formalizaram à Câmara mudança de legenda, movimentação
que atingiu 13% da Casa. O número elevado de políticos investigados na
Lava-jato não inibiu a ida de deputados para o PP, campeão de adesões, com 10
filiações e duas saídas. O PR, também da base, conseguiu 10 filiações, mas
perdeu quatro deputados.
O PP ganhou três deputados novos em São Paulo,
entre eles o ex-presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar, que deixa o PSD,
e perdeu Jair Bolsonaro (RJ), que se filiou ao PSC onde tem garantida legenda
para concorrer à Presidência da República em 2018. O PR atraiu o deputado Édio
Lopes (RR), que deixou o PMDB e já foi escalado pela nova legenda para compor a
comissão especial do impeachment. Na oposição, o DEM foi o que mais avançou,
com seis novas filiações. O PSDB perdeu quatro deputados. O PMDB também perdeu
quatro deputados, mas filiou três.
Chama atenção também o desempenho do nanico PTN,
com 9 adesões e duas perdas. O partido elegeu apenas quatro deputados e hoje
está com uma bancada de 13. O partido que mais perdeu foi o Partido da Mulher
Brasileira (PMB), com 17 desfiliações. A legenda criada em outubro do ano
passado, serviu como "trampolim" para deputados que queriam mudar de
partido, sem perder o mandato. O PMB chegou a ter 22 deputados e hoje está com
apenas dois.
No balanço, pelo menos numericamente, não houve
alterações significativas nas bancadas governistas e de oposição. A maioria das
trocas é motivada por interesses regionais dos deputados. Muitos partidos
oferecem o comando dos diretórios regionais nos estados, o que facilita a
migração. Com o comando do diretório, o deputado controla o fundo partidário
estadual e tem acesso também ao tempo de TV. (Correio Braziliense)
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