sexta-feira, março 18, 2016

Bélgica captura terrorista ligado a ataques de Paris

Salah Abdeslam em foto não datada (Foto: Belgian Federal Police via AP)
 G1 - Salah Abdeslam, o fugitivo mais procurado pelos ataques de novembro em Paris, foi capturado pela polícia em uma operação nesta sexta-feira (18) no bairro de Molenbeeck, em Bruxelas. A operação continuou em andamento depois da captura de Abdeslam e duas explosões foram ouvidas no bairro.
"Pegamos ele", escreveu no Twitter Theo Francken, secretário de Estado da Bélgica para Asilo e Imigração, segundo a Reuters.

Fontes policiais disseram à agência France Presse que Abdeslam foi ferido em uma perna durante uma troca de tiros com as forças policiais. Segundo a emissora pública "RTBF", ele foi levado a um hospital da região de Bruxelas.

Outras duas pessoas teriam sido detidas nesta operação.

Um pouco mais cedo, uma fonte policial havia indicado que um homem tinha sido preso, um outro ferido e um terceiro encurralado na localidade de Molenbeek.

"Duas pessoas foram feridas" durante a ação em uma residência em Molenbeek, afirmou à AFP o prefeito da localidade, Françoise Schepmans. Uma pessoa tentou fugir durante a ação e foi atingida pela polícia no meio da rua, de acordo com uma outra autoridade de Molenbeek, citando testemunhas.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, deixou no início da tarde uma cúpula europeia com a Turquia em Bruxelas ao ser informado da operação. Ao final da cúpula, o presidente francês, François Hollande, dirigiu-se imediatamente ao gabinete do premiê.
Extradição
A França vai pedir a extradição de Abdeslam “o antes possível”, disse o presidente François Hollande, disse em uma entrevista coletiva. Ele disse que está convencido de que “a ordem de extradição será pedida rapidamente” e expressou confiança de que as autoridades belgas “responderão da maneira mais rápida possível”.
      
Mais cedo nesta sexta, procuradores afirmaram ter encontrado as impressões digitais de Abdeslam em um apartamento invadido pela polícia belga na terça-feira (15). No confronto, um argelino morreu e quatro policiais feridos. Duas pessoas conseguiram deixar o local durante a ação policial. As autoridades lançaram, então, uma importante operação na região.
Mohamed Belkaid, de 35 anos, que morreu na ação, seria Samir Bouzid, procurado por ter contribuído na organização dos ataques em Paris, de acordo com informações divulgadas pela procuradoria belga, citadas pela Reuters.

Policiais vigiam a entrada de uma escola durante operação de busca a terroristas no bairro de Molenbeek, em Bruxelas  (Foto: Geert Vanden Wijngaert/AP)Possível organizador da logística
As autoridades acreditam que Abdeslam, de 26 anos, usou o apartamento como esconderijo após os atentados de novembro em Paris, reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico e que deixaram 130  mortos e centenas de feridos.

Abdeslam nasceu e morava na Bélgica, mas tinha nacionalidade francesa e origem marroquina. Os investigadores acreditam que ele foi o motorista de um Clio Renault preto que deixou três homens-bomba perto do Stade de France, em Saint Denis, um dos lugares atacados pelos terroristas.
Dois carros usados nos atentados e dois apartamentos nos quais os terroristas se hospedaram foram alugados em nome de Abdeslam. Abdeslam também foi apontado como o possível organizador da logística dos ataques.

Seu rastro foi perdido depois que conseguiu fugir de Paris no dia seguinte dos atentados com a ajuda de pessoas próximas. Ele chegou a ser parado em uma blitz em Cambrai, no norte da França, a caminho da Bélgica, mas foi liberado. Os homens que estavam com ele foram detidos posteriormente.

Não há informações precisas sobre o seu paradeiro após as 14 horas de 14 de novembro, quando foi deixado por seus cúmplices em Schaerbeek, outro bairro de Bruxelas. Uma grande operação para tentar prender Salah Abdeslam foi montada em Molenbeek três dias depois dos atentados em Paris, mas a polícia não obteve sucesso.

Um irmão de Salah também participou da série de atentados: Ibrahim Abdeslam, que morreu ao acionar o cinto com explosivos no bar Comptoir Voltaire. Um terceiro irmão, Mohamed Abdeslam, chegou a ser detido em Bruxelas, mas foi liberado após a comprovação de que ele não mantinha contato com Ibrahim e Salah. Ele pediu publicamente que o irmão foragido se entregasse à polícia.

Um outro suspeito ainda é procurado: Mohamed Abrini, de 30 anos, filmado em 11 de novembro em um posto de gasolina na estrada entre Paris e Bruxelas, juntamente com Salah Abdeslam.

Ajuda dos EUA
Logo após a notícia da captura do fugitivo, a Casa Branca divulgou que os Estados Unidos ajudaram a França e a Bélgica na operação e que essa ajuda continuará no futuro.
“Os EUA obviamente têm recursos e capacidades significativas, e temos usado isso para ajudar os franceses e os belgas nas investigações sobre o ataque e na manutenção da segurança em seus países”, disse o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest.

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