Quem observa com
um pouco mais de atenção as manobras na política partidária brasileira não
ficou surpreso do deputado Chapinha ter
tirado o PSD das mãos da prefeita Eliene Nunes, pois a intervenção em diretório
e comissão provisória de partidos pelo interior do estado é uma pratica que
ocorre com muita freqüência e depende apenas dos interesses das
executivas estadual e nacional.
No caso em questão,
a repercussão foi maior porque a puxada de tapete foi na gestora do município,
que sempre dizia se sentir confortável e prestigiada dentro do partido, e
confiava na seriedade do seu presidente nacional.
Toda a
consideração que a prefeita imaginava que tinha dentro do PSD não foi
suficiente para resistir à pressão de um deputado federal e, o raciocínio
parece simples: quem deu mais votos para o partido no município controla a
legenda.
Com esse argumento,
o deputado Chapinha colocou o PSD no colo do ex-prefeito Valmir Climaco, e assim
paga parte da divida que tinha com o ex-prefeito pelos doze mil votos que
obteve aqui em Itaituba. Além disso, Chapadinha ainda pavimenta o caminho para
o apoio que vai precisar numa futura tentativa de reeleição.
E o ex-prefeito o
que ganha com o PSD do seu lado? eleitoralmente, apenas o tempo da propaganda
política no radio e televisão no ano que vem, o que convenhamos, já é alguma
coisa, mas, nessa jogada política, o que conta mesmo é o constrangimento
imposto à gestora do município, que em 2016 vai ter que disputar a eleição num
partido periférico, e com tempo reduzido no horário eleitoral gratuito.
Tem mais detalhe nesse
momento de instabilidade que a política nacional vem atravessando, a prefeita
precisa encontrar um partido que não lhe deixe exposta a uma nova
turbulência como essa, porque dessa vez a prefeita ainda tem tempo suficiente
para encontrar outro ninho para se abrigar, mesmo que não seja o ninho dos
tucanos, porque este já está ocupado, mas que seja seguro e que lhe garanta a
tranqüilidade para enfrentar a disputa eleitoral do ano que vem sem estar sujeita
a um novo sobressalto.
Eliene sabe muito
bem que isso pode ocorrer novamente, pois ela mesma já passou por uma situação
parecida, quando por conveniência da executiva estadual do PR, ela foi impedida
de compor como vice a chapa do então candidato Roselito Soares para disputar a
sua reeleição. Mas, enfim, trocar de partido às vésperas de um ano eleitoral
também não é nenhuma novidade para a prefeita.
Jornalista Weliton Lima, comentário veiculado no telejornal Focalizando, quinta, 24/12/15.
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