domingo, novembro 01, 2015

O medo não dá trégua ao paraense

O medo não dá trégua ao paraense  (Foto: Ney Marcondes)A semana que passou foi mais uma em que o tema central das conversas em Belém foi a violência. No domingo (25), o policial da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), Vitor Cézar Pedrosa, foi morto ao reagir a uma tentativa de assalto. No dia seguinte, oito homens armados invadiram o hospital da Unimed na travessa Castelo Branco e mataram, com 13 tiros, um suspeito de participar do assalto, Jaime Nogueira. Na quarta-feira (28), um policial foi atingido por tiros ao reagir a um assalto. Anteontem, um cabo da Polícia Militar (PM) foi baleado na frente de casa, durante uma tentativa de assalto. Num Estado em que nem os policiais conseguem ter segurança, é natural que a população viva em pânico.
Nas redes sociais, comentários de assaltos em vários locais. Quem podia, evitou sair de casa. Nos céus de Belém, o helicóptero da PM dividiu a atenção com a lua cheia. Os fatos da semana passada, infelizmente, não chegam a ser uma novidade no Pará, que está entre os Estados mais violentos do País. Não é a primeira vez que a guerra silenciosa em que mergulhou o Pará se revela com todas as suas tintas, expondo o medo e indignação que tomam conta do dia a dia da população. Uma guerra que deixa centenas de mortos todos os meses e que parece estar longe do fim.
            EM GUERRA - Segundos dados do Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol), com base nos boletins de ocorrência registrados nas delegacias, neste ano, (incluindo as duas primeiras semanas de outubro), já foram registrados 3.455 assassinatos, sem contar 118 casos de latrocínio (roubo seguido de morte). A média é de 345,5 mortes por mês, ou seja, um homicídio a cada 2 horas. Se mantida a média dos anos anteriores, 2015 fechará com mais de 4 mil assassinatos registrados. 
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgados no primeiro semestre deste ano, pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Federal criada para apurar o genocídio de jovens, especialmente negros e pobres, no Brasil, deixa o Pará em situação ainda mais desconfortável. A média é de 100 homicídios a cada 100 mil habitantes entre jovens de 16 e 17 anos, equivalente ao registrado em regiões que estão em guerra civil.

Fonte: Diário do Pará

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