A desorganização urbana em
Itaituba parece não incomodar ninguém,
muito menos quem legalmente tem a obrigação de zelar pelo embelezamento da
cidade, e embora esse seja um assunto recorrente, eu não consigo me conter com
alguns absurdos que são permitidos aqui.
Não dá para compreender, por
exemplo, como a prefeitura concede alvará para a construção de um galpão
localizado de frente para a orla, ao lado do prédio do Poder Legislativo Municipal,
numa das áreas mais nobres da cidade.
A Avenida Getúlio Vargas tem visão privilegiada para o rio Tapajós, e nesse espaço só deveriam ser permitidas novas edificações que viessem para
melhorar o panorama visual da cidade.
Em qualquer outra lugar
administrado com o mínimo de preocupação com a estética urbana, esse tipo de
edificação no centro da cidade jamais seria autorizado, mas aqui em Itaituba
são pouquíssimas as pessoas que se preocupam com esses detalhes e eu sou um dos
que remam contra essa corrente que querem perpetuar a ideia de que aqui é o
lugar que tudo pode. É uma cultura do mal que parece já estar no intimo das
pessoas, pois com a maior
naturalidade, cada um faz o que
quer e do jeito que lhe convém.
As construções não obedecem
ao alinhamento padrão das ruas, são erguidas em cima de córregos, os entulhos
são lançados no meio das ruas e como o código de postura do município há muito
tempo virou uma letra morta, o poder público, naturalmente, acaba sendo
responsabilizado por essa bagunça urbana, e em vez de agir para resolver esse
problema, o governo continua a fazer vista grossa em nome do desenvolvimento.
O município já está cheio
desses empresários que sem o mínimo de responsabilidade social, só pensam no
dinheiro, e enquanto o governo não deixar de lado esse seu pensamento mesquinho
de que contrariar interesse resulta em perda de apoio político, a cidade vai
continuar como está, cheia de invasões e construções irregulares.
Weliton Lima, jornalista,
comentário veiculado no telejornal Focalizando, de quinta-feira, 19/11/2015
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