Jota Parente |
Fazendo uso de uma acepção
da Associação Nacional de Jornais (ANJ) para definir a razão de sua existência,
um jornal deve servir para defender a liberdade de expressão, do pensamento e
da propaganda, o funcionamento sem restrições da imprensa, observados os
princípios de responsabilidade, e lutar pela defesa dos direitos humanos, os
valores da democracia representativa e a livre iniciativa. Foi com esse
conceito que foi criado o Jornal do Comércio, cuja primeira edição circulou em
no dia 3 de setembro de 2005.
Um jornal deve
ter por objetivo falar a verdade, e isso é possível se for praticado de forma
incessante o bom jornalismo, aquele que vai atrás dos detalhes da notícia, que
não se contenta em ser caixa de repercussão das outras formas de imprensa, que
não admite em suas páginas a prática do partidarismo político ou de qualquer
outra vertente.
Durante alguns
anos de minha vida profissional eu conciliei duas atividades que de certa forma
não são lá muito compatíveis: ser assessor de político e homem de imprensa.
Primeiro, com Wilmar Freire, que foi deputado estadual por duas vezes, com o
qual trabalhei, depois, com Wirland Freire, até sua morte. Aquilo, se do ponto
de vista pecuniário foi bastante vantajoso na época, do ponto de vista
profissional me deixava numa situação desconfortável, em virtude dos princípios
com os quais alimentei o meu espírito de jornalista desde os primeiros anos
desse ofício.
Em agosto de
2005, pouco depois de voltar para Itaituba, depois de uma breve estada em
Santarém, comuniquei ao amigo Wilmar Freire, então pretenso candidato a
deputado estadual na eleição de 2006, que eu havia decido afastar-me
completamente do trabalho de assessor político, porque estava determinado a
voltar a fazer o que sempre fiz na vida: dedicar-me exclusivamente ao mister de
homem da imprensa, e mais ainda, ao jornalismo, no qual granjeei respeito ao
longo da vida.
Ao ser
informado, inicialmente Wilmar não gostou muito da ideia, pois contava com
minha participação em sua próxima campanha que terminou não acontecendo. Eu lhe
disse que, se ele que era meu amigo de tantos anos, não compreendesse e até me
ajudasse naquele momento crucial, de quem mais eu poderia esperar compreensão.
Foi então que ele falou: ‘está bem, patrão, você tem razão; vou lhe ajudar no
que for preciso’. Naquele instante acabava de nascer o Jornal do Comércio, pois
ele me colocou à disposição um computador e o restante do material de
expediente necessário, porque como já relatei algumas vezes, nem uma folha de
papel eu tinha para começar.
Chegar a esse
3 de setembro de 2015 foi um sonho acalantado por todos esses anos, por mim e
por minha esposa Marilene, companheira de todas as horas, sem a qual
dificilmente o Jornal do Comércio Existiria. Cuidamos deste jornal como se
fosse uma criança que vai crescendo a cada dia. A seriedade da nossa linha
editorial que não mudou durante todo esse tempo, o apoio dos nossos anunciantes
e dos assinantes, aliados à nossa perseverança foi o que nos fez chegar até
aqui.
No começo,
muitos se referiam ao JC tratando-o por jornalzinho, uma parte de forma carinhosa,
mas, tantos outros em tom pejorativo. Isso em função das reduzidas dimensões
deste periódico, que é um tabloide pequeno. O nosso jornal cresceu. Não, na
altura, nem na largura de suas páginas, mas, no número de páginas, que saltou
de doze, no começo, para vinte e quatro, atualmente.
Esta edição é
para lá de especial, e nem poderia ser diferente, pois não é todo dia que um
jornal impresso completa dez anos de atividade ininterrupta em Itaituba, uma
cidade que ainda está desenvolvendo o hábito da leitura. E já foi muito pior,
como quando o jornal nasceu. São muitas as vicissitudes que levam jornais à
falência, pouco tempo depois de nascerem, porque essa atividade requer
dedicação exclusiva e atenção constante em todos os aspectos, sobretudo no aspecto
comercial que é responsável para que as contas sejam pagas.
Por ser uma
edição especial, o jornal sai com um número de páginas bem maior do que o
habitual. Solicitamos a participação de diversas pessoas que de alguma forma
fazem parte da nossa história, como o reconhecido e competente jornalista
Manuel Dutra, que escreveu um artigo especial para este número. Também
incluímos um resumo das principais manchetes num total de seis páginas, e o
poema O Garimpeiro, que produzi a partir das comemorações do cinquentenário da
garimpagem de ouro na região do Tapajós. Enfim, a edição está recheada de
matérias interessantes que certamente vão agradar o nosso leitor.
Artigo publicado na
edição 203, comemorativa dos dez anos do Jornal do Comércio
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