perguntou se sabia com quem estava falando
RIO - Considerado testemunha-chave do acidente, o taxista G., de 33
anos, foi o primeiro a chegar à Rua Marquês de São Vicente, por volta das
23h30m, da última quinta-feira, e contou à polícia que encontrou Ivo Nascimento
de Campos Pitanguy alterado e tentando ligar o carro. A delegada Monique Vidal,
da 14ª DP (Leblon), baseou-se no depoimento do taxista para rever o
indiciamento de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, para doloso
no atropelamento de José Fernando Ferreira da Silva.
— Eu estava ao telefone, chamando os bombeiros, quando ele ligou o
carro. Abri a porta do carona e pedi que desligasse. Aí, ele veio, com o dedo
em minha direção, “tu sabe quem eu sou?’’, “tu sabe quem eu sou?’’ (sic) —
contou o taxista, que há dez anos trabalha na praça, afirmando que minutos
depois chegaram bombeiros e policiais militares. — Ele só foi ver o ferido
quando chegou os polícia (sic). Isso eu achei um absurdo.
Segundo ele, na hora do acidente, caía uma chuva fina. Ele relatou que o
Mitsubishi Pajero de Ivo passara por ele em alta velocidade, pouco antes da
colisão. O taxista afirmou ter desviado à direita para evitar que o Mitsubishi
batesse em seu carro. Com a manobra, foi ultrapassado pelo veículo. Logo em
seguida, G. ouviu o estrondo de uma batida. Ele contou que, mais à frente,
chegou a passar pelo local, mas voltou ao ver que tinha uma pessoa ferida.
Apesar de ter se revoltado com o que viu, G. disse nesta segunda-feira
ao GLOBO que teve receio de depor e que só anteontem resolveu ligar para a
delegada.
— Espero que minha decisão não prejudique minha família. Mas não podia
ficar calado. Desde aquela noite não durmo direito. A imagem daquele homem
agonizando no chão não sai da minha cabeça. E ele (Ivo) mal olhou para o homem
caído no chão, apenas reclamava do carro. Nunca vi nada assim. Como pode tanto
desrespeito por uma vida — questionou o taxista.
Cinco agentes públicos — três bombeiros e dois policiais militares —
afirmaram, na 14ª DP (Leblon), que o empresário estava alterado e com forte
hálito etílico. (O Globo)
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