sexta-feira, agosto 07, 2015

Muito choro e desespero na reintegração de posse no terreno ligado ao Residencial WF

A ação de reintegração de posse foi cumprida por oficiais de Justiça com apoio da Polícia Militar. Pelo menos quarenta policiais, incluindo o Grupo Tático, participaram da operação. Diante da resistência de algumas das famílias que ocuparam a área, foi necessário o uso de um trator para demolir os barracos.

A decisão judicial foi expedida em favor da empresa Resecon, responsável pela construção das unidades do residencial Wirland Freire, do programa Minha Casa Minha Vida. A área, com mais de vinte hectares, foi invadida por um grupo de mais de trezentas famílias, que se diziam injustiçadas por não terem sido contempladas no programa.

Um flagrante da operação mostra um homem chorando, sentado ao lado dos escombros do barraco parcialmente demolido. Junto com ele, está a irmã, que também teve a casa destruída. “E agora, pra onde nós vamos?”, limitou-se a dizer a mulher.

Maria Madalena conta uma história emotiva. O marido está em Santarém, em tratamento de saúde. O filho foi submetido a cirurgia e ela própria passou por cirurgia recentemente. A mulher conta que se cadastrou no programa habitacional, mas não foi contemplada, e agora está sem saber a quem recorrer. "Eu queria só saber onde estão os nossos políticos. Nossos vereadores e a prefeita. Como é que eu vou pagar aluguel agora, sem ter quem me ajude?", disse aos prantos.

Na verdade, a decisão judicial já havia sido expedida há mais de vinte dias, mas faltava apoio da Polícia Militar para cumprir o mandado. O comando da instituição informou que esse tipo de ação é delicada, e precisa passar por todo um planejamento até que saia a decisão pelo apoio da segurança. O que reforça essa declaração é que, durante a operação, houve momentos de tensão e correria. Em manifestação de revolta, alguns donos de barracos atearam fogo à estrutura.


Segundo o comandante da operação, capitão Antônio Moura, da Polícia Militar, o trabalho da polícia se limita a garantir a proteção dos oficiais de Justiça e dos próprios moradores, para que não aconteça nenhum incidente, como aconteceu no início da desocupação. O operador da máquina foi apedrejado, e chegou a ser atingido na cabeça, sofrendo uma lesão. “Nós nos compadecemos pela situação das famílias. Mas, infelizmente, a lei nos obriga a agir em defesa da ordem judicial. Para os invasores, cabe cumprir o que está determinado e recorrer, se for o caso”, resumiu o capitão PM.

Fonte: blog do Mauro Torres
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Nota do blog do Jota Parente: É uma pena que tenha que terminar assim. Em um regime democrático, e sobretudo, no capitalismo, a propriedade precisa ser respeitada. Uns tem demais, enquanto outros tem de menos. No meio dessas famílias, um grande número era composto de gente que de fato precisa de um pedaço de terra para montar o seu barraco.

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