BRASÍLIA
- Antes do início oficial da cerimônia de comemoração dos 10 anos do programa
Bolsa Atleta e recepção aos atletas dos jogos Parapan-Americanos de Toronto
2015, que foram os maiores medalhistas da competição, a presidente Dilma
Rousseff foi impedida de passar por um funcionário do Cerimonial do Palácio do
Planalto e se irritou.
O
episódio ocorreu quando Dilma e os atletas se dirigiam do Salão Leste, onde a
presidente os recebeu e os cumprimentou, para o Salão Nobre, local da
cerimônia. Próximo à rampa do grande salão, o caminho afunilou e o funcionário
se postou na frente de Dilma, abrindo os braços para que ela parasse, dando a
oportunidade de os atletas cadeirantes e demais esportistas seguissem o
caminho. Visivelmente contrariada, Dilma reclamou com ele.
Segundo a
presidente do Comitê Nacional do Cerimonial Público, Yvone de Almeida, houve
uma "precipitação" dos funcionários responsáveis pelo protocolo no
Planalto.
— Para
você avaliar com segurança o que ocorreu, é preciso ver se houve um
planejamento. Pelo que eu li e soube sobre o assunto, foi anunciado que a
cerimônia iria ocorrer em outro lugar. Depois de feito o anúncio, a presidente
foi barrada por um funcionário. Se ela foi informada que era para se deslocar,
ela atendeu a um chamado do cerimonial.
Yvone diz
que a presidente foi chamada em um momento inadequado.
— Essa é a minha interpretação. Houve uma precipitação do mestre de
cerimônia. Ele precisa ter total domínio da situação. Houve uma precipitação, e
naturalmente um descontentamento de uma autoridade. No caso, a presidente da
República. Essa é uma opinião superficial, de quem não estava presente.
Cerimonial é, sobretudo, planejamento, uma coreografia.
Para a presidente da ONG VIDAS, Patrícia Goloni Lolo, que ajuda pessoas
com deficiência, os cadeirantes devem ser tratados como qualquer outra pessoa:
— Tudo o que o cadeirante quer é ser tratado como uma pessoa normal. Qualquer
pessoa que estivesse diante do presidente da República, o deixaria passar
primeiro. Então, acho que o protocolo deveria seguir da mesma forma. Se o
andante esperaria, por que o cadeirante não poderia esperar? — questiona. (O Globo)
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