Marilene Parente - Há duas semanas, o Ministério da
Educação distribuiu cerca de 500 mil livros didáticos nas escolas públicas
brasileiras, patrocinando mais uma ação atrapalhada e estúpida, fazendo a gente
lembrar daquele velho ditado que diz, que muito
ajuda, quem não atrapalha. Pois o
governo, além de não ajudar, ainda atrapalha quando, unilateralmente, sem
qualquer tipo de discussão com a sociedade, muito menos, com os outros países
de língua Portuguesa, tenta mudar o modo de se falar o Certo e o Errado.
O governo trapalhão, que tentou há
pouco impor a tal da ideologia de gênero, que foi rejeitada em quase todo o
Brasil, agora aparece querendo que as escolas públicas trabalhem junto aos
estudantes, para praticarem o politicamente correto; em vez de falarem que uma
determinada coisa, ou certas atitudes de pessoas que na prática são certas ou
erradas, que seja dito, adequado, ou
inadequado.
Como o governo não tem autoridade
para impor essa estupidez como parte intrínseca da língua portuguesa, ressalta
que a norma culta, aquela que é exigida no correto modo de falar e escrever o
nosso idioma, continuará sendo a resultante dos acordos dos países que falam
Português, porque somente através de acordos entre as maiores autoridades do
nosso vernáculo podem ocorrer mudanças.
A propósito dessa recomendação
estapafúrdia, o jornalista Alexandre Garcia fez um comentário em um dos
telejornais da Rede Globo, muito bem elaborado e que condiz com o que penso a
respeito do assunto.
Quando a gente estava no primeiro
ano do grupo escolar, a professora nos corrigia sempre que falávamos errado,
porque ela estava nos preparando para vencer na vida. É notório que o
conhecimento dos eleitores, dos contribuintes, dos homens que tocam a
indústria, torna as pessoas conscientes e é isso que faz o país crescer, lembra
Alexandre.
O conhecimento não cai do Céu. Ele
vem através da educação que recebemos em casa, na escola e na vida. A raiz de
tudo, diz Alexandre Garcia, está na capacidade que temos de nos comunicarmos de
maneira simples. E a linguagem escrita, aquela que nos permite registrar tudo é
uma das coisas que nos diferenciam dos outros animais.
A educação liberta e torna a vida
melhor porque nos livra da ignorância, que condena a uma vida difícil. Quem for
nivelado por baixo no que tange a educação, terá a vida mais dura, porque ela
será nivelada por baixo. Pois não é, como disse Alexandre Garcia, que esse
livro que o governo mandou para as escolas públicas, chama-se Por Uma Vida Melhor! É ou não é uma
ironia?
Se fosse apenas uma polêmica,
prossegue o articulista, o problema seria de menor importância, mas, se trata
de um livro distribuído pelo governo federal para cerca de meio milhão de
estudantes fazendo parte do currículo escolar. É abonado pelo Ministério da
Educação, que na moda do politicamente
correto, defende o falar errado para evitar o preconceito não se sabe ao
que.
Gosto de conversar com pessoas mais
velhas, que fizeram o curso primário na década de 1960, antes que a ditadura
militar começasse a desmontar o velho jeito de ensinar, a guisa de a Educação
entrar na modernidade. Aquele jeito velho, considerado obsoleto, fazia com que
os alunos estudassem tabuada, lessem na frente de todos os colegas, aprendessem
as quatro operações da Matemática e fizessem redações. Em suma, o jeito
ultrapassado fazia o aluno sair da quinta série primária, sabendo ler e
escrever corretamente, coisa que infelizmente só uma pequena parte dos que
terminam o Ensino Médio o fazem nos dias de hoje.
Em vez de o Brasil seguir o bom exemplo
dos tigres asiáticos, dos quais quem mais se destacou foi a Coreia do Sul, bem
como de outros países onde a Educação é levada a sério, como os países
nórdicos, fica querendo implantar o velho e esse sim, ultrapassado e falido
modelo dos países comunistas.
Meu filho de sete
anos estuda em escola particular, mas, mesmo que ele estudasse em escola
pública, eu continuaria ensinando a ele, que certo é o mesmo que correto,
verdadeiro. enquanto errado é o mesmo que incorreto, algo que não está certo.
Já, adequado quer dizer, o que é bom para determinado efeito, lugar ou objetivo,
e inadequado significa, que não é bom ou impróprio para determinado efeito,
lugar ou objetivo. Quer dizer, além de todas as lambanças na política e na
economia, esse governo ainda quer ensinar os nossos estudantes a falar errado a
língua pátria. Assim já é demais! Assim, a Pátria
Educadora, slogan desse segundo governo da Dilma, não aguenta. Ou seria
mais correto dizer, Pátria Desecudadora?Na edição 201 do Jornal do Comércio, circulando hoje
Nenhum comentário:
Postar um comentário