Desde 1990, quando o plano
Collor confiscou as cadernetas de poupanças, a economia de Itaituba não
apresentava sinais tão evidentes de estagnação e, talvez nem naquela época tenha
havido tantos estabelecimentos fechados no centro comercial como se tem hoje.
E esse não é o único
indicador a preocupar a classe empresarial. Nas lojas as vendas, principalmente
as de bens duráveis, despencaram no último trimestre e as demissões no comércio
já estão acontecendo, e esse quadro recessivo deve se agravar ainda mais
porque a inadimplência anda nas alturas, pois de acordo com dados do serviço de
proteção ao credito, quase 30% dos clientes do comercio estão com o nome sujo
na praça.
Na construção civil, o
adiamento da data de lançamento do edital para a construção da hidrelétrica de
São Luiz do Tapajós fez murchar a bolha imobiliária que surgiu há uns dois anos.
Os negócios no ramo da
construção civil, que é um dos segmentos da economia que mais gera empregos,
estão praticamente parados e a escassez de clientes fez aumentar oferta de
imóveis, tanto para venda como para aluguel, e quem pegou dinheiro emprestado
para construir, está enfrentando dificuldades para pagar os bancos; e o pior é
que o governo ainda aumentou os juros e reduziu o valor desse tipo de financiamento.
Além disso, os bancos estão
mais seletivos na hora de fechar novos contratos e o resultado disso foi uma
desaceleração completa do setor, levando
várias imobiliárias a fechar as portas.
Como os empreendimentos que
já se instalaram e os que ainda estão em fase de instalação no distrito de
Miritituba não geraram os postos de trabalho que muita gente imaginava que
fossem criados, a economia do município, mais uma vez, está se valendo do ouro.
Mesmo com todos os problemas que a mineração enfrenta, ainda assim, movimenta
em Itaituba trinta milhões de reais ao mês, segundo dados da AMOT, e na
batida desse ritmo o ouro é que deve continuar alimentando a economia do
município pelos próximos meses ou quem sabe, até pelos próximos anos, pois é
impossível nesse momento prevê até quando essa crise vai
durar...
Weliton Lima, jornalista, comentário
veiculado no telejornal Focalizando, hoje
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