No
lugar das críticas que tem feito às gestões petistas de Dilma Rousseff e Luiz
Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) baixou o
tom em entrevista à revista alemã de economia Capital e disse que a atual
presidente da República não está envolvida no escândalo de corrupção na
Petrobras, investigado pela operação Lava-Jato. As informações sobre a
entrevista foram divulgadas nesta sexta-feira pela agência de notícias alemã
Deutsche Welle.
De acordo com a DW,
FHC disse na entrevista, publicada em alemão, que Dilma não está envolvida nos desvios da estatal petrolífera, mas
que o PT está. Ele lembrou que João Vaccari, ex-tesoureiro da sigla, foi
detido na operação.
— Eu a considero uma
pessoa honrada, e não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também
não pelo ódio dentro do meu partido, ódio que se volta agora contra o PT —
afirmou FHC, creditando a Lula a responsabilidade por todo o escândalo.
Apesar
das críticas ao ex-presidente petista, Fernando Henrique ponderou, à publicação
internacional, que, para ele seja preso, é preciso que haja algo "muito
concreto" e que isso dividiria o País, já que ele é um líder popular.
Afirmou ainda que talvez Lula tenha de depor como testemunha, "o que já
seria suficientemente desmoralizante".
— Não se deve quebrar
esse símbolo (Lula), mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido.
É necessário sempre ter em mente o futuro do País — avaliou o ex-presidente tucano
na entrevista. FHC chegou até a elogiar o petista. — Ele certamente tem muitos
méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que
conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo.
Junto
com os elogios, o tucano fez questão de reiterar que Lula, que o sucedeu na
Presidência da República, apenas levou adiante a sua política, ao citar que as
pessoas viam o petista como uma espécie de Cristo.
— Eles fizeram dele
um Deus, mas ele apenas levou adiante a minha política — disse.
O tom mais
equilibrado de FHC se contrapõe às suas recentes declarações rechaçando uma
possível aproximação com Lula.
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