quinta-feira, maio 28, 2015

Reformazinha sem vergonha

Desculpem-me os caros leitores, mas, não encontrei outro termo que pudesse definir tão bem o que estou sentindo como cidadão brasileiro, depois de assistir a tudo que aconteceu nestes dois últimos dias na Câmara dos Deputados.

A tão esperada, tão reivindicada e tão esperada Reforma Política, uma das pautas mais urgentes pedidas pelas manifestações de ruas desde 2013, como disse hoje o deputado federal do PSDB por Minas Gerais, Marcus Pestana, não passa de um puxadinho, ou uma reformazinha insignificante. 

A única coisa importante que passou até agora, que tem relevância, foi o fim da reeleição para para presidente, governadores e prefeitos.

Nem distritão, nem distrital misto, nem voto em lista, nada, nada, ou quase nada.

Hoje, foi enterrado o fim das coligações para eleições do legislativo. Já havia uma quase certeza de que o fim seria aprovado, mas, os interesses paroquiais falaram mais alto.

Tudo que diz respeito ao legislativo os senhores deputados conseguiram piorar, como a questão da cláusula de barreiras.

Depois ficam querendo saber porque este país continua patinando em questões tão importantes como essa da Reforma Política, e das outras reformas. É por que esses caras não admitem fazer nada que possa representar algum tipo de perda para eles.

Ainda existem outros pontos para serem discutidos, mas, a Câmara jogou na lata do lixo, esta semana, uma grande oportunidade para melhorar o seu conceito diante dos cidadãos brasileiro. Mas, não, eles conseguiram com esse arremedo que não merece o nome de reforma, piorar o que já era muito ruim.

Na eleição de 2011 na Alemanha, a direita conservadora de Angela Merkel teve uma derrota histórica, ao alcançar o pior resultado de sempre na  cidade-Estado de Hamburgo, o que teve forte influência no cenário daquele país, o que teve grande repercussão na vida política daquele país: desceu de 42,6% para 21,9% e perdeu metade dos deputados. Nem por isso o país teve sua governabilidade ameaçada, porque tem instituições democráticas sólidas e um sistema político bem melhor aprimorado do que o nosso.

É uma pena que seja assim. Poderia e deveria ser muito melhor. Porém, como cidadãos temos o dever nos cobrar mais, de fazer o que estiver legalmente ao nosso alcance para ver ser nossa sociedade de sacode para que possamos melhorar a qualidade dos nossos representantes, pois a maioria desses serve aos seus (aos deles), não, aos nossos interesses.

Como dirigia aquele personagem antigo do humorístico Zorra Total, um náufrago interpretado por Flávio Migliácio, este é o meu país!


Jota Parente


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