BRASÍLIA — O plenário da Câmara dos Deputados
rejeitou na noite desta terça-feira o sistema conhecido como "distritão".
Esse modelo acaba com o sistema proporcional – em que as cadeiras são
distribuídas de acordo com a votação dos partidos – e define que serão eleitos
os deputados e vereadores mais votados, no voto majoritário, como ocorre para
eleição de senadores. Eram necessários 308 votos para sua aprovação, mas a
proposta recebeu apenas 210 votos sim; 267 parlamentares votaram contra e cinco
se abstiveram.
O distritão contava com o aval do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do relator da reforma política, deputado
Rodrigo Maia (DEM-RJ). A proposta foi o ponto de maior divergência no plenário
da Câmara. O distritão foi o terceiro sistema a ser votado na Casa.
O PSD, de Gilberto Kassab, que de manhã anunciava o
voto contra o distritão, também acabou liberando sua bancada, assim como o
PROS. Encaminharam a favor do distritão, além do PMDB, o PP, o PTB, o PSC, o
SD, o DEM e o PCdoB. Contra o distritão, o PT, PR, o PSB, o PRB, o PDT, o PV, o
PPS e PSOL.
Antes, com apenas 21 votos sim, foi derrotado no plenário
o sistema eleitoral proporcional com lista pré-ordenada, no qual o eleitor vota
na legenda e são eleitos os deputados de acordo com a ordem de uma lista
apresentada aos eleitores pelas legendas.
Esta foi a primeira votação de mérito da reforma
política nesta terça-feira. Ao todo, 402 deputados votaram contra o sistema.
Dois se abstiveram. O próprio PT, que defende esse sistema, acabou encaminhando
contra a proposta e apenas o PCdoB encaminhou a favor. O líder do PT, Sibá
Machado (AC), justificou que a matéria não deveria ser votada como emenda
constitucional, mas projeto de lei e que, por isso, o partido não apoiaria. O
sistema eleitoral distrital misto - no qual o eleitor tem dois votos: um no
partido e outro no candidato do distrito - também foi rejeitado por 369 votos
contra 99 e duas abstenções.
Segundo
petistas, a prioridade do PT nesta votação é derrotar o distritão e impedir que
se constitucionalize a doação de empresas para campanhas eleitorais.
—
As pessoas estão divididas entre aprovar uma contra-reforma, que piora o que
temos hoje, e não aprovar nada. É lamentável, mas temos que evitar a aprovação
de um monstrengo. O PT defende a reforma política e procurará fazer alianças
para unificar os partidos contra o distritão e a doação de campanhas — disse
Arlindo Chinaglia (PT-SP). (Fonte: O Globo)
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