A troca de presidente da Câmara serviu apenas para
cumprir a formalidade da lei, que determina a realização de eleição
a cada dois anos e tão somente isso, porque de resto, nada vai
mudar.
Vejamos algumas questões pontuais: Com o vereador
Wescley na presidência, o Poder Legislativo protagonizou situações surreais
como o uso indiscriminado da tribuna livre da casa, permitindo que esse espaço,
por varias vezes, fosse usado para o achincalhe dos próprios vereadores.
O atual presidente também perdeu uma grande
oportunidade de fazer o Poder Legislativo exercer uma de suas principais
funções que é de fiscalizar os atos do executivo, e nesses dois anos de mandato,
os vereadores foram completamente omissos, deixando de investigar questões
seríssimas como a denuncia de falta de merenda nas escolas, ou ainda, a questão
do atraso na conclusão de obras que o município tem a responsabilidade
fazer o acompanhamento.
Em vez de cumprir o seu papel constitucional, a
Câmara, muitas vezes, perdeu tempo com discussões inócuas e pronunciamentos que
viraram chacotas nas redes sociais.
É claro que no meio de toda essa mesmice que foi
encerrada com distribuição desregrada de diplomas de honra ao mérito e títulos
de cidadão itaitubense, a Câmara também teve momentos de lucidez e abordou
alguns temas de interesse da população, como o transporte fluvial, a telefonia
móvel e a segurança pública. Só que isso foi exceção, porque somente uma
minoria de vereadores se preocupa com as questões coletivas; a maioria só olha
para o próprio umbigo e a eleição do vereador João Cebola é um claro exemplo
disso.
Ao estilo paizão, o novo presidente se elegeu com o
discurso de ajudar a todos os seus colegas, e os vereadores não querem nem
saber se depois as contas do presidente serão aprovadas ou não pelo Tribunal de
Contas dos Municípios.
Esse mesmo pensamento vale também para o Executivo.
Tanto isso é fato, que teve vereador fazendo questão de justificar o seu
voto no candidato da situação.
Por tudo isso, a troca de presidente não sinaliza
nada de novo na condução do parlamento municipal, pois, seja com o Wescley, até
agora, ou a partir de janeiro, com o Cebola, o Poder Legislativo Municipal vai
continuar obedecendo mansamente às ordens do executivo, pois o voto
fisiológico, com as raras exceções que já citei, ainda é ampla maioria e domina
todas as votações na Câmara, amarrando o poder Legislativo aos pés do Executivo.
Essa prática vai continuar se repetindo até que a
população entenda que a mudança de postura do Legislativo só será possível com
o voto consciente do eleitor.
Weliton Lima – Jornalista – Comentário veiculado no
telejornal Focalizando, hoje
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