quinta-feira, dezembro 18, 2014

O que muda na Câmara com a eleição de Cebola?

A troca de presidente da Câmara serviu apenas para cumprir a formalidade da lei, que determina  a realização de eleição a cada dois anos e tão somente isso, porque  de resto, nada vai mudar.
Vejamos algumas questões pontuais: Com o vereador Wescley na presidência, o Poder Legislativo protagonizou situações surreais como o uso indiscriminado da tribuna livre da casa, permitindo que esse espaço, por varias vezes, fosse usado para o achincalhe dos próprios vereadores.
O atual presidente também perdeu uma grande oportunidade de fazer o Poder Legislativo exercer uma de suas principais funções que é de fiscalizar os atos do executivo, e nesses dois anos de mandato, os vereadores foram completamente omissos, deixando de investigar questões seríssimas como a denuncia de falta de merenda nas escolas, ou ainda, a questão do atraso na conclusão de obras que o município tem a  responsabilidade fazer o acompanhamento.
Em vez de cumprir o seu papel constitucional, a Câmara, muitas vezes, perdeu tempo com discussões inócuas e pronunciamentos que viraram chacotas nas redes sociais.
É claro que no meio de toda essa mesmice que foi encerrada com distribuição desregrada de diplomas de honra ao mérito e títulos de cidadão itaitubense, a Câmara também teve momentos de lucidez e abordou alguns temas de interesse da população, como o transporte fluvial, a telefonia móvel e a segurança pública. Só que isso foi exceção, porque somente uma minoria de vereadores se preocupa com as questões coletivas; a maioria só olha para o próprio umbigo e a eleição do vereador João Cebola é um claro exemplo disso.
Ao estilo paizão, o novo presidente se elegeu com o discurso de ajudar a todos os seus colegas, e os vereadores não querem nem saber se depois as contas do presidente serão aprovadas ou não pelo Tribunal de Contas dos Municípios.
Esse mesmo pensamento vale também para o Executivo. Tanto isso é fato, que teve vereador fazendo questão de justificar o seu voto no candidato da situação.
Por tudo isso, a troca de presidente não sinaliza nada de novo na condução do parlamento municipal, pois, seja com o Wescley, até agora, ou a partir de janeiro, com o Cebola, o Poder Legislativo Municipal vai continuar obedecendo mansamente às ordens do executivo, pois o voto fisiológico, com as raras exceções que já citei, ainda é ampla maioria e domina todas as votações na Câmara, amarrando o poder Legislativo aos pés do Executivo.
Essa prática vai continuar se repetindo até que a população entenda que a mudança de postura do Legislativo só será possível com o voto consciente do eleitor.


Weliton Lima – Jornalista – Comentário veiculado no telejornal Focalizando, hoje

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