A
comunidade de São Luiz do Tapajós, no período áureo da extração de látex, teve
importância estratégica como entreposto comercial, pois era em São Luiz que
ficava o escritório da firma Arruda Pinto que comprava toda a produção de borracha
dos seringueiros que vinha do alto Tapajós.
Nessa
época, os moradores da Vila de São Luiz desfrutavam de uma condição financeira
melhor que a população de Itaituba, mas com o declínio desse comércio, a
comunidade também foi perdendo a sua importância, e consequentemente, sendo
abandonada.
A
vila de São Luiz passou a ser um ponto esquecido na margem do rio onde os seus
moradores vivem até hoje, sem os serviços básicos de saúde e educação que
permitissem a permanência dos jovens na comunidade. Agora, a decisão do governo
federal de construir essa hidrelétrica, São Luiz do Tapajós voltou a ficar em
evidencia.
Os
movimentos de resistência à construção da hidrelétrica escolheram a comunidade
para realizar o primeiro grande ato público de protesto contra esse projeto do
governo.
A
coordenação do movimento estima que cerca de mil pessoas participem dessa
manifestação. O protesto vai ter grande visibilidade na mídia, inclusive fora
do País, mas e depois, quem ficará na comunidade para continuar esse trabalho
de mobilização?
A
resistência precisa ser puxada pela própria comunidade que é quem sofreará as
maiores conseqüências, mas para lutar contra esses projetos, as comunidades
precisam de informação.
Ninguém
se engaja num movimento sem ter a convicção do que está fazendo, e nesse ponto,
os governos dos municípios afetados estão completamente omissos, e é por causa
da desinformação, que há muitos moradores dessas comunidades acreditando nas
promessas do governo. O risco dessa omissão, é que se repita aqui no Tapajós, o
que está acontecendo hoje na região do Xingu.
Weliton
Lima, jornalista
Comentário
feito no telejornal Focalizando, quinta, 27/11/2014
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