sexta-feira, setembro 26, 2008

Jota Parente e Jadir Fank vão dar a volta na América do Sul, de moto


Se você tem uma idéia fixa na cabeça, pegue uma boa dose de disposição, elabore um projeto bem detalhado, desses que possam ser exeqüíveis, mesmo tendo consciência de que as dificuldades poderão ser maiores do que você possa imaginar e vá à luta. Quando pensar em desistir, lembre do disse o filósofo Sêneca, no final do Século I A.C.: “Não chega a lugar algum, quem não sabe para onde vai”.

Expedição Itaituba/Amazônia. Esse é o nome do projeto montado pelo jornalista Jota Parente e pelo professor Jadir Fank, que seguindo a máxima do filósofo, sabem de onde querem sair e aonde querem chegar.

Logo depois da eleição, dia 10 de outubro, eles partirão em suas motos, uma Yamaha XTZ 125 e uma Honda Bros 150, de Manaus, com o objetivo de circundar toda a América do Sul, passando por nove países.
Serão gastos mais ou menos sessenta dias para completar o percurso, otimizando-se o tempo. Chegou a ser aventada a possibilidade deles saírem de Macapá, cruzando a Guiana Francesa, o Suriname e a Guiana, antiga Guiana Inglesa, até chegarem a Boa Vista, de onde a viagem seguiria o seu curso. Mas, a falta de informações sobre as estradas daqueles três países impediu que isso acontecesse.

De Boa Vista Jota Parente e Jadir Fank seguirão para a Venezuela, país que cruzarão de sul a norte e de leste a oeste; de lá para a Colômbia, entrando pelo nordeste colombiano; depois de cruzar a Colômbia no sentido leste oeste e norte sul; a expedição entrará no Equador e de lá, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, retornando pelo litoral brasileiro até Belém. Da capital do Estado voltarão a Itaituba pela Transamazônica. A viagem durará aproximadamente dois meses, perfazendo um total de mais de 32 mil quilômetros percorridos.

O jornalista e o professor passaram meses levantando informações a respeito de todos os lugares por onde vão passar, tendo lido dezenas de relatos de outros motociclistas que fizeram, ou o mesmo percurso, ou algo parecido. O mesmo percurso não tem sido completado por muita gente, dadas às dificuldades e ao tempo necessário para cumprir a jornada. Acima de tudo, é preciso muita determinação. Para Jota Parente, essa será a grande reportagem de sua vida. Juntando o material coletado nessa expedição, e o que será produzido nas próximas que já estão sendo pensadas, deverá ser escrito um livro.

Para levar a cabo um projeto como esse, quem o idealiza precisa ter boas condições financeiras, ou contar com o patrocínio de amigos, pois somente de gasolina serão consumidos em torno de 1.200 litros por moto, totalizando 2.400 litros, que ao preço de Itaituba equivale a R$ 7.180,00. Some-se a isso a despesa de alimentação, pernoite e manutenção da moto, o empreendimento não sairá por menos de R$ 11.800,00, sem nenhum esbanjamento.

No decorrer dos mais ou menos 32 mil quilômetros a serem vencidos será necessário trocar, de três a quatros vezes, os pneus e o kit das motos. O óleo do motor terá que ser trocado, aproximadamente, 30 vezes. Pelo menos a cada oito mil quilômetros será aconselhável fazer uma revisão na moto.

Uma moto com carburador, como no caso da XTZ 125 2007, apresenta uma preocupação a mais a ser superada: a Cordilheira dos Andes, por onde passam muitas das estradas que serão percorridas. Por causa das elevadas altitudes das mesmas, motos com carburador falham muito, chegando a não ter condições de continuar a viagem, sobretudo em subidas, caso o piloto não tenha conhecimento mínimo do que deve ser feito.
Isso se deve ao fato da diminuição de partículas de oxigênio no ar, o que faz com que a moto necessite de uma compensação que é feita por meio de uma chave apropriada para ser usada na regulagem da mistura do ar com a gasolina. No caso de Parente e Jadir, eles estão passando por um treinamento na oficina da Cimaq Yamaha Motos, para conseguirem vencer essas e outras dificuldades que não dependem de conhecimentos técnicos aprofundados.

Revisão completa e parcerias - No caso de Jota Parente, sua XTZ 125, apesar de ter rodado apenas 7.000 mil quilômetros, passou por uma revisão completa, bancada pela Cimaq Yamaha, que mandou colocar pneus novos e entregou um novo capacete para ele fazer a viagem.
Diversas empresas locais e alguns profissionais liberais de Itaituba participam do projeto, como o Posto São Matheus (Wimar Freire), LG Materiais Elétricos (Luis Gomes), Grupo Climaco (Valmir Climaco), Grupo Leal (Gilberto Leal), Cimaq Yamaha Motos (Afábio Borges), Loja Planalto (Francimar Aguiar), Ouro Minas (Rildo Serrão), Drogaria Pontual (João Batista Rodrigues Prado), Império da Moda (Jaime Sousa), CKR Materiais de Construção (Gim), Guamá Madeiras (Adécio e Magno Gomes), Portal Madeiras (Helder Gomes), Mercantil Pontual (Antônio Paulino), Sercont (Antônio Santana), Stúdio Moura (Cláudio Moura), Armarinho Norte (Iraldo Aguiar), Posto Campo Verde (Gleison Freire), TV Tapajoara, (Ivan Araújo e Marlúcio Couto), TV Eldorado (Pedro Filho e Escritório de Advocacia Jairo Araújo.

Não se trata de um passeio, mas, de uma aventura jornalística que levará o nome de Itaituba bem longe, de forma positiva; bem diferente da maior parte das notícias que são veiculadas na grande mídia a respeito deste município.

Os dois expedicionários levarão material de divulgação concernente à realidade presente, de Itaituba e da Amazônia, tratando dos problemas que são enfrentados nos dias de hoje, como o desmatamento que ainda persiste em níveis bastante preocupantes, assim como sobre as medidas que têm sido tomadas para que se reduza ao máximo a devastação da floresta amazônica.
Falarão da problemática das ONGs financiadas com capital externo, e/ou nacional, que defendem interesses alheios aos da nação brasileira; abordarão, com bastante ênfase, as inúmeras coisas boas que existem, como as belezas naturais e o potencial de crescimento e desenvolvimento de que a região dispõe. Tal material será divulgado em veículos de comunicação das cidades por onde a Expedição Itaituba/Amazônia passar, os quais serão visitados, pois essa é a forma mais rápida e eficaz de se alcançar o maior número possível de pessoas.

Haverá material impresso para divulgar os potenciais de Itaituba, seja no campo do turismo, voltado, principalmente, para o eco-turismo, seja na questão das possibilidades de desenvolvimento deste município; será destacado que a Amazônia não é apenas uma fonte inesgotável de problemas, ou somente uma floresta. Será enfatizado que na Amazônia vive gente; vivem em torno de 25 milhões de seres humanos que raramente são lembrados quando se fala da região.
Essa gente precisa ser levada em conta quando se discute a questão da preservação. Esse povo vai continuar vivendo nesse território, com crescimento populacional acima da média nacional. Essa gente vai continuar habitando a Amazônia, ache o que achar quem luta pela preservação, e sem a cumplicidade desses amazônidas, de nascimento ou por adoção, as campanhas voltadas para o desenvolvimento sustentável estarão fadadas ao fracasso, ou a meios sucessos.
Por esse motivo, é fundamental mostrar isso ao mundo, começando pelos irmãos sul-americanos, bem como do restante do Brasil, os quais estão mais perto de nós, para depois fazer esse grito chegar mais longe. Para tanto, em cidades importantes a serem visitadas serão ministradas palestras alertando sobre o que está sendo feito na Amazônia, ocasião em que será propagada a imagem deste município.

Pode parecer uma meta ousada para um humilde jornalista interiorano e um professor de faculdade. Todavia, questionados sobre essa ousadia, ou se isso não é muita pretensão de sua parte, eles respondem lembrando da lenda o Beija-flor, que carregava água com o bico para apagar um incêndio. Um outro Beija-flor perguntou se e não estava ficando maluco, pois, como conseguiria acabar com aquele incêndio, carregando quantidade tão insignificante de água, ao que ele retrucou, dizendo que estava apenas fazendo sua parte.

A Expedição Itaituba/Amazônia foi concebida inicialmente com o nome de Expedição América, pois a idéia original era partir de Manaus para cruzar o norte da América do Sul, a América Central e a América do Norte. Como teria que dispor de uma logística especial para passar da Colômbia para o Panamá, posto que a rodovia Pan-americana está interrompida entre os dois países, onde o matou tomou conta em torno de 80 quilômetros, em território panamenho, optou-se por essa segunda opção, ficando definido que essa será a segunda etapa do projeto, a ser cumprida em maio de 2010, provavelmente com uma equipe maior.

Um comentário:

  1. Anônimo2:03 PM

    Por que não esperam mais uns 6 meses para poder comprar motos que possam corresponder a tamanha aventura? Pelo menos 600 cc de potência é o que se pede nesses casos. Recomendo www.motoa2.com.br

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